Brexit. Bruxelas aguarda proposta «legal e operacional» do Reino Unido

O negociador-chefe comunitário para o Brexit, Michael Barnie, disse esta quinta-feira que ainda não chegaram propostas sólidas de novo acordo do Reino Unido a Bruxelas, segundo a “Reuters”.

Sobre a possibilidade de evitar um divórcio sem acordo com o Reino Unido, Barnier reafirmou que está disponível para ouvir as novas ideias do líder conservador, Boris Johnson. «Estamos prontos para trabalhar em qualquer nova proposta operacional para a União Europeia», declarou, à saída de uma reunião com legisladores europeus.

Questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal, que considerou esta quarta-feira ilegal a suspensão de cinco semanas pedida por Johnson à rainha Isabel II, o Presidente da Comissão Europeia recusou-se a prestar declarações.

Ao seu lado, Philippe Lamberts, o eurodeputado belga que integra o Grupo de Coordenação do Brexit, não poupa críticas a Johnson. «Ele não está à procura de uma solução, pois isso significaria estabelecer um compromisso com a União Europeia e depois em Westminster para aprovar um acordo», afirmou, sublinhando que «talvez a sua estratégia seja e sempre tenha sido outra: a de provocar um Brexit sem acordo, mas de uma forma que lhe permita culpar Bruxelas ou Westminster».

O Governo britânico diz que enviou novos documentos à União Europeia. Porém, de acordo com Bruxelas, as últimas propostas do Governo britânico, «além de insuficientes, não são aceitáveis».

O principal obstáculo a um entendimento entre Bruxelas e Londres, recorde-se, é a solução designada de «backstop», da qual os 27 Estados-membros recusam-se a abdicar. Este mecanismo visa evitar uma barreira física entre o  território britânico com a República da Irlanda, permitindo a livre circulação de produtos até entrar em vigor um acordo definitivo. No entanto, implica que ambos fiquem sujeitos a certas regras do mercado único e união aduaneira, algo que Boris Johnson recusa. E, apesar da lei que proíbe uma saída sem acordo, o primeiro-ministro britânico admite que irá levar o Brexit para a frente a 31 de Outubro.

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