Crise energética: Portugal vai enfrentar maiores riscos de apagões “entre novembro e março”, alerta especialista

Portugal vai enfrentar o período mais crítico a nível energético “entre novembro e março”, alertou esta quinta-feira Clemente Pedro Nunes, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, em declarações à ‘TVI’.

“Nós temos um risco de apagão, físico. Segundo as informações que tenho, o período mais crítico do inverno será entre novembro e março”, alertou o especialista em energia. “Se o Governo quer evitar riscos de apagões é trabalhar no imediato para poder reativar as centrais a carvão [do Pego e de Sines]”, reforçou, uma hipótese que o Governo afasta.

“A produção de eletricidade a partir do carvão é bastante mais barata do que a gás natural, aliás já era assim há um ano. Fo por isso que o Governo espanhol decidiu reativar as centrais a carvão”, explicou. “Portugal importa enormidades de Espanha, um valor que ultrapassa os 25%, o que nunca aconteceu. Normalmente era 10, 15%”, referiu.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, alertou em abril último que essa opção traria mais custos para os consumidores portugueses e colocaria o país mais dependente em termos energéticos da Rússia, uma vez que é quem domina o mercado do carvão.

“Não pretendemos reativar as centrais a carvão que tantos, tantas vezes, insistem que consideremos”, garantiu o ministro, na Assembleia da República. Uma opção que “custaria muito dinheiro”. O responsável apontou que “os defensores de uma economia dependente e de uma descarbonização adiada nem pensam no preço absurdo que a eletricidade atingiria, tendo em conta os seus custos da produção”, referiu, acrescentando que “também não consideraram a falta de segurança que representaria a dependência de um mercado, o do carvão, dominado pela Rússia”.






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