Força Aérea não autoriza mais pilotos para fogos

A Força Aérea Portuguesa (FAP) deixou de conceder autorizações aos seus pilotos aviadores para poderem trabalhar fora da instituição, integrados no dispositivo de combate a incêndios da Proteção Civil, avança hoje o Jornal de Notícias.

Mas, apesar do travão da FAP, há pilotos que se mantêm ao serviço dos privados de forma ilegal, contrariando a disciplina militar. Um cenário detetado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, que remeteu o processo ao Governo, para eventuais processos disciplinares.

Todos os anos, vários pilotos do Exército, Força Aérea Portuguesa (FAP) e Marinha pedem licenças ilimitadas sem vencimento ou férias para poder tripular as aeronaves de combate a fogos rurais contratadas pelo Estado aos privados.

O salário destes militares, que ronda os 13 mil euros mensais, é o principal motivo para o pedido de férias e/ou licenças ilimitadas. No seu ramo, chegam a ganhar sete vezes menos do que no combate aos incêndios. O JN dá conta que muitos dos efetivos nem chegam a tirar férias, utilizando antes os dias de folga para manter a atividade no setor privado.

Noel Ferreira é o sexto piloto a morrer em combate aos fogos
No caso de Noel Ferreira, o piloto falecido anteontem, em Valongo, ao comando de um helicóptero da HeliBravo e ao serviço da Afocelca – o agrupamento de empresas nacionais de pasta de papel -, tinha uma autorização atribuída no verão de 2018, disse ontem a FAP ao JN.

O piloto, de 35 anos, era um oficial no ativo da Força Aérea qualificado para operar os helicópteros de busca e salvamento EH-101. O militar, que também era comandante dos bombeiros, estava de férias.

É o sexto piloto a morrer em combate aos fogos em 20 anos.

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