PS prepara sanções para empresas com fosso salarial entre gestores e trabalhadores

O Programa eleitoral do PS prevê sanções para empresas com grandes disparidades salariais, avança hoje o Expresso. A Penalização poderá ser modulada em função da dimensão da empresa ou do sector de atividade em que opera e assumir a forma de uma sanção fiscal (por exemplo, as empresas poderão ver-se impedidas de deduzir como custo fiscal uma determinada percentagem da fatura salarial).

Fonte do gabinete de estudos do PS garantiu ao semanário que esta intenção está madura e a medida é mesmo para avançar. A ideia é calcular o nível de desigualdade entre os 20% de trabalhadores que mais ganham em Portugal e os 20% que ganham menos, no conjunto da economia. Depois disso, pegar no valor e confrontá-lo com o que acontece em cada empresa e, aquelas que ultrapassem o nível global, enfrentarão um mecanismo de penalização.

As desigualdades salariais são um tema recorrente na agenda política e mediática que ganha nova visibilidade de cada vez que as grandes empresas apresentam os seus resultados anuais. Em 2018, os diretores executivos (CEO) das maiores empresas do PSI-20 ganharam, em média, 52 vezes mais do que os seus trabalhadores.

Segundo a informação disponível nos diversos relatórios e contas, os gestores das maiores empresas da Bolsa de Lisboa receberam uma remuneração média de 1,1 milhões de euros no ano passado. Estes valores são brutos e incluem, além dos salários, prémios de desempenho e contribuições para planos de pensões.

Pedro Soares dos Santos, presidente da Jerónimo Martins, ganhou 1,9 milhões de euros, 140 vezes mais do que os funcionários desta retalhista, o que a coloca no topo do fosso de remunerações. Contudo, é António Mexia, presidente da EDP, que lidera nos ordenados, com um ganho de 2,2 milhões de euros por ano, 39 vezes superior ao dos trabalhadores.






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