Covid-19: “A pandemia acabou” nos Estados Unidos, declara Biden. Mas reconhece que “ainda temos um problema”
O Presidente dos Estados Unidos declarou que a pandemia de Covid-19 no país, por fim, terminou, dia após o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Ghebreyesus, ter afirmado que “o fim está à vista”, embora avisando que os governos não podem baixar os braços.
Em entrevista ao programa ’60 Minutos’, este domingo, Joe Biden afirmou que “a pandemia acabou”, salientando, contudo, que “ainda temos um problema com a Covid” e que “ainda estamos a fazer muito trabalho sobre o assunto”.
Ainda assim, o líder norte-americano disse que “se reparar, ninguém está a usar máscara” e que “toda a gente parece estar em muito boa forma”.
“E por isso penso que as coisas estão a mudar, e penso que este é um exemplo perfeito disso”, sentenciou num evento em Detroit, ao qual afluíram centenas de pessoas este fim de semana.
O ‘Washington Post’ sugere que as declarações de Biden poderão não ter sido premeditadas e que podem não refletir a posição oficial da Casa Branca, e que podem vir a colocar obstáculos à aprovação de um novo pacote governamental de apoio financeiro para comprar vacinas e terapêuticas contra a Covid-19. Com as declarações que proferiu, é possível que tenha mais dificuldade em justificar esse novo conjunto de medidas adicionais.
Dois membros do governo de Biden, que falaram com esse órgão de comunicação sob condição de anonimato, confessaram ter sido apanhados de surpresas pelas declarações do Presidente, sendo que da Casa Branca não foi emitido ainda qualquer comunicação sobre o pronunciamento.
Por outro lado, membros do Partido Republicano já expressaram dúvidas sobre a eventual renovação do estado de emergência nos EUA, que termina já em outubro, agora que Biden declarou publicamente o fim da pandemia.
Dados do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças norte-americano (CDC), os EUA já registaram mais de 95 milhões de casos de infeção por Covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, e mais de um milhão de mortes. No dia 15 de setembro, as autoridades de saúde nesse país registaram mais de 96 mil casos diários.