Angola: UNITA diz que venceu “o golpe da força” mas que “mantém determinação em continuar litigação”
Adalberto Costa Júnior, presidente da UNITA, afirmou esta quarta-feira que o partido continua determinado em investigar o processo e os resultados das eleições que decorreram no passado mês de agosto e, oficialmente, deram a vitória ao incumbente João Lourenço, do MPLA, que toma possa amanhã.
“A UNITA mantém a sua determinação em continuar o processo de litigação nacional e internacional para o apuramento da verdade”, garantiu Costa Júnior, adiantando que no passado dia 9 a UNITA entregou ao Tribunal Constitucional de Angola “um pedido de aclaração do acórdão” que estabeleceu que as provas apresentadas pelo partido “não colocam em causa os resultados gerais decorrentes do apuramento nacional dos votos divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral”.
O líder da UNITA disse que o pedido foi devolvido “por ordem política”, pelo que ontem o partido entregou no Constitucional “o recurso extraordinário de inconstitucionalidade”.
Sobre a toma de posse do opositor João Lourenço, presidente de Angola e líder do MPLA, Costa Júnior afirmou que se trata de “um poder autoatribuído e de legitimidade questionável, consumando, assim, o golpe da força”.
“Nos últimos dias, temos constado, com muito preocupação, a desnecessária e excessiva presença de forças militares e policiais nas ruas, equipados de material bélico pesado”, denunciou o presidente da UNITA, destacando que “ativistas cívicos, por manifestarem oposição à tomada de posse, ou por criticarem a lisura do processo eleitoral” têm sido alvo de inquéritos policiais e “prisões arbitrárias, com agressões”.
E salienta que “membros de partidos políticos vêm sendo ameaçados de morte por parte do regime”, apontando que “as armas tomam lugar ao espaço público, perturbando o nosso convívio enquanto cidadãos livres” e que o “regime demonstra ter medo do povo”.
Costa Júnior exigiu que o partido no governo faça regressar as forças armadas angolanas aos quartéis e acusou João Lourenço que querer erodir as bases da alternância do sistema político do país.