UE vai conseguir sobreviver à “chantagem da Rússia” e ao “longo inverno”, garante primeira-ministra da Finlândia
A líder do governo finlandês garantiu esta terça-feira que a União Europeia sobreviverá ao “longo inverno” que se aproxima e ao que chama de “chantagem da Rússia”, país que, tal como muitos outros líderes europeus, acusa de usar a energia para atacar o bloco.
Perante o Parlamento Europeu, antes de sessão do plenário, Sanna Marin afirmou que “a Rússia poderá desafiar-nos, chantagear-nos e ameaçar-nos, mas não cederemos”, sublinhando que para tal a UE precisa de manter a “unidade, a determinação e a coragem”.
“As ações da Rússia unificaram o Ocidente de uma forma sem precedentes, ao passo que a Rússia está mais isolada do que nunca”, sentencia a primeira-ministra da Finlândia.
Marin reconheceu que a UE enfrenta um cenário bastante negro, agudizado pela guerra na Ucrânia, pela crise energética, pela inflação, pela recessão, for finanças cada vez mais sobrecarregadas, por desastres naturais, por ameaças ao regime democrático e pelo aumento do poder tecnológico de Estados autocráticos.
Ainda assim, afirmou que “mesmo na hora mais negra existe esperança” e assegurou que “a Ucrânia sairá vencedora com o nosso apoio”.
A líder finlandesa explicou que a maior força da UE é a sua unidade e a confiança mútua entre os seus 27 Estados-membros, e que a Rússia está a usar a energia como arma de chantagem “para erodir o apoio europeu à Ucrânia e quebrar a nossa unidade”. E deixa um aviso: “[o Presidente russo Vladimir] Putin não pode ser bem-sucedido”.
Tocando na decisão da UE para dificultar a emissão de vistos para cidadãos russos, Marin apontou que “as sanções devem refletir-se nas vidas diárias dos russos comuns”, e que “não é correto que, enquanto a Rússia mata civis na Ucrânia, turistas russos viagem livremente pela Europa”.
“Podemos contabilizar os custos da guerra em euros, ma os ucranianos contam-nos em vidas humanas”, asseverou, acrescentando que “há que admitir que temos sido demasiado ingénuos no que toca à Rússia” e que “devíamos ter escutado com mais atenção os nossos amigos dos Estados bálticos e da Polónia, que viveram sob o jugo soviético”.