UE: Estados-membros querem medidas para combater crise energética mas teto ao preço do gás russo não gera consenso
Tudo indica que esta quarta-feira a Comissão Europeia apresentará um conjunto de medidas para ajudar os Estados-membros a fazer face ao aumento dos preços da energia e à crise que se poderá fazer sentir, à medida que o inverno se aproxima e que a Rússia aplica cortes no abastecimento à Europa.
Na passada sexta-feira, os ministros da energia da União Europeia estiveram reunidos para debater as medidas como a tributação dos lucros inesperados de empresas do setor energético, um plano de redução do consumo de gás ao nível europeu e a aplicação de limites máximos ao preço do gás russo comprado pelos países do bloco.
Contudo, não foi possível chegar a um consenso entre as várias delegações, sendo que alguns Estados consideram que aplicar esse teto máximo agravaria a crise energética, ao invés de aliviá-la.
Relata a ‘Reuters’ que um dos diplomatas presente nas conversações da semana passada afirmou que mesmo entre os que defendem a limitação dos preços do gás russo importado não conseguiram chegar a acordo sobre como proceder para concretizá-lo. Assim, é expectável que o pacote de medidas de emergência seja aprovado pelos 27 Estados-membros noutra reunião que terá lugar este mês.
A Alemanha, os Países Baixos e a Dinamarca contam-se entre os países que estão contra a um limite aos preços do gás russo, argumentando que tal iria intensificar o risco de a Europa cair na insegurança energética durante o inverno. Os países partidários do “não” receiam que essa medida levantaria séria dificuldades para os Estados-membros atraírem fornecedores de gás natural, no contexto de um mercado energético global bastante competitivo.
Por outro lado, países como a Itália e a Polónica defendem que a limitação do preço de importação é essencial para assegurar a descida dos preços da energia para as famílias e para as empresas.
Por cá, à saída do encontro, o Governo avançou que o executivo europeu «apresentou um conjunto de propostas com o objetivo de existir uma resposta coordenada de curto prazo de medidas excecionais e urgentes ao nível da regulação dos mercados de energia e do gás», sendo que os Estados-membro pediram à Comissão Europeia que afinasse as propostas apresentadas.
Além disso, o coletivo de países pediu também à Comissão Europeia que explique melhor como pretende concretizar a “definição de teto de preço também no gás, a coordenação nas respostas em relação à redução do consumo no mercado de eletricidade – que já existe ao nível do gás –, que essencialmente passa também por avaliar aquilo que são os momentos de pico de consumo”, segundo indica o Governo em nota.