De 10 minutos a mais de 1 hora: O tempo de absorção dos remédios depende da posição do corpo, revela novo estudo
Tomar um comprimido é um ato rotineiro para muitas pessoas. Ibuprofeno, aspirinas e paracetamol são substâncias amplamente usadas por milhares de pessoas todos os dias, especialmente para aliviar dores ligeiras.
Contudo, a forma como tomamos os comprimidos é determinante para a rapidez com que os componentes químicos são absorvidos pelo organismo. E a postura do corpo na altura da toma é essencial para assegurar efeitos mais rápidos.
Um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, publicado na revista ‘Physics of Fluids’, revela que o tempo de absorção do medicamento pode variar até uma hora consoante a posição do corpo.
A investigação, com base em simulações computacionais, aponta que os medicamentos só começam a surtir efeito quando as substâncias, depois de dissolvidas nos ácidos do estômago, passam para o intestino. Assim, quanto mais perto estiver o comprimido do local de ligação entre o estômago e o intestino delgado, uma secção conhecida como duodeno.
Desta forma, com modelos que têm em conta a ação da gravidade e a anomia do estômago, os especialistas argumentam que a forma mais eficaz para tomar um comprimido é deitado sobre o lado direito. O estudo concluiu que esta postura aumenta em 2,3 vezes a velocidade da dissolução e da produção dos efeitos do medicamento.
No extremo oposto, estar deitado sobre o lado esquerdo é apontado como a pior opção. Os cálculos indicam que, por exemplo, se na posição sobre o lado direito o medicamento demora 10 minutos a surtir efeito, sobre o lado esquerdo pode aumentar o tempo de absorção até 100 minutos.
“Ficámos muito surpreendidos que a postura tenha um efeito tão grande na velocidade de dissolução de um comprimido”, refere Rajat Mittal, um dos autores do estudo. “Nunca tinha pensado que o fazia bem ou mal, mas agora certamente pensarei antes de tomar um comprimido.”
“Para pessoas mais velhas, sedentárias ou de cama, virar para a esquerda ou para a direita pode ter um impacto enorme”, salienta Mittal.