Crise energética: Alemanha só tem gás para dois meses e meio, mesmo com as reservas cheias a 95%
O governo alemão pretende que até novembro as suas reservas de gás estejam a 95% da sua capacidade total. Contudo, mesmo atingindo essa meta, se a Rússia interromper totalmente o envio de gás através do gasoduto Nord Stream 1, a Alemanha só terá gás suficiente para cerca de dois meses e meio, tendo em conta as necessidades de aquecimento durante o inverno e para fornecer energia aos setores industriais.
A informação é avançada pelo regulador energético alemão, que aponta que as reservas estão atualmente a 77% do total, de acordo com a ‘Bloomberg’, um valor que só se esperava atingir no espaço de duas semanas.
A Alemanha tem vindo a acelerar o reforço das suas reservas nos últimos meses, depois de a Rússia já ter aplicado dois cortes nos volumes de gás que envia para o país europeu. Depois de em junho Moscovo ter reduzido para 40% da quantidade de gás enviado, em julho voltou a cortar, desta vez para 20%, pressionando ainda mais a Alemanha, um país fortemente dependente do combustível russo.
Já várias cidades alemãs têm implementado medidas de restrição do uso de energia, por exemplo, com o encerramento da iluminação sobre edifícios públicos e monumentos, com a diminuição da intensidade dos candeeiros na via pública e com limitações ao nível da água quente em piscinas municipais e a utilização de equipamentos de ar-condicionado.
Apesar de todos os esforços, Klaus Muller, presidente da entidade reguladora alemã, reconhece que “não posso prometer que todos os reservatórios na Alemanha estejam a 95% em novembro, mesmo em condições favoráveis de abastecimento e consumo”. O responsável aponta que o mais provável é que só três quartos dos reservatórios cheguem a essa meta.