Ex-gestor de campanha de Trump admite ter passado informação a alegado espião russo
Paul Manafort, que foi responsável pela campanha presidencial de Donald Trump em 2016, já tinha afastado quaisquer acusações de que teria partilhado informações confidenciais com Konstantin Kilimnik, um alegado espião ao serviço da Rússia.
Contudo, numa entrevista com o ‘Insider’ publicada esta semana, Manafort inverte a marcha narrativa e agora admite ter realmente passado a Kilimnik informação que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos tinha classificado como “informação sensível sobre sondagens e estratégia da campanha”. Com essa troca de informações, Manafort esperava obter ganhos financeiros pessoais, e não ajudar a Rússia a fortalecer a campanha de Trump e vencer a rival Hillary Clinton.
“Os dados que partilhei com ele [Kilimnik] foram uma combinação de informação pública e coisas antigas”, confessa o ex-gestor de campanha de Trump, uma declaração que contradiz provas encontradas pelo então investigador especial e ex-chefe do FBI Robert Muller, que indicam que Manafort terá ordenado ao seu assessor Rick Gates para fornecer ao alegado agente russo a infor mação confidencial.
As declarações de Manafort ao ‘Insider’ antecedem a publicação do seu livro de memórias intitulado ‘Political Prisioner’ (“Prisioneiro Político”, em tradução livre), no qual ele avança que apenas passou a Kilimnik informação pouco relevante sobre sondagens públicas, e não as informações sensíveis que agora reconhece ter oferecido.
Em 2021, as Finanças norte-americanas sancionaram o alegado espião russo por ter passado às secretas da Rússia as informações recebidas de Manafort, que terão servido de base para campanhas de informações direcionadas para aumentar a popularidade de Trump junto dos eleitores menos inclinados em votar nele e para denegrir a imagem de Clinton.
De recordar que, em 2018, Manafort foi acusado de fraude fiscal e bancária, enfrentando pena de prisão de mais de sete anos, mas acabou por ser perdoado por Donald Trump em 2020, pouco antes de deixar a Casa Branca.