Zircon, o míssil hipersónico da Rússia, pode estar disponível para uso dentro de semanas, dizem especialistas militares
O Zircon, míssil hipersónico que a Rússia tem vindo a testar nos últimos dois anos e meio, pode ser colocado ao serviço vários meses antes do previsto – segundo fontes militares russas, citadas pela agência de notícias estatal ‘TASS’, os testes do míssil de cruzeiro 3M22 Zircon foram concluídos e que este será implantado na marinha russa até ao final do ano.
Mas esta quinta-feira a mesma agência citou uma fonte militar não identificada que confirmou, após os testes, que “todos os documentos para colocá-lo em serviço já foram preparados”. “Espera-se que em setembro o Zircon de superfície seja colocado em serviço com a frota”, garantiu a fonte à agência de notícias russa.
A Rússia testou o Zircon pela primeira vez em janeiro de 2020 do ‘Almirante Gorshkov’, da Frota do Norte da Rússia, alegando que pode atingir velocidades até Mach 9 (10.600 km/h) e atingir alvos a uma distância até 1.100 quilómetros, embora careça de confirmação independente.
A ideia de ter o Zircon pronto para a marinha russa pode ser significativa, mesmo que haja dúvidas de que o míssil com capacidade nuclear possa fazer alguma diferença na guerra na Ucrânia, que entrou no seu sexto mês. Os mísseis hipersónicos são projetados para penetrar em sistemas sofisticados de defesa aérea, que a Ucrânia não possui.
Fontes russas disseram que o primeiro portador do míssil será o navio ‘Almirante Golovko’, uma fragata da classe Almirante Gorshkov, mas sofreu atrasos devido a problemas técnicos.
No entanto, Richard Connolly, diretor da consultora ‘Eastern Advisory Group’, em declarações à ‘Newsweek’, apesar do seu programa hipersónico, a Rússia não melhorou as capacidades de inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR) necessárias para tornar as suas armas eficazes. “Desenvolver esses mísseis hipersónicos sem todos os outros elementos da cadeia de morte necessários para que um sistema seja eficaz não muda muito as coisas”, explicou.