Acesso ao ensino superior: o que ter em conta na hora de escolher um curso? Este especialista explica
No dia em que arrancam as candidaturas ao ensino superior, Hélder Leal, psicólogo que trabalha em orientação vocacional, explica o que os mais indecisos devem ter conta na altura de escolher que curso seguir.
Em declarações à ‘CNN Portugal’, o responsável sublinha que “optar por uma área de estudos a partir da qual o jovem, supostamente, irá entrar no desafiante mundo do trabalho, é cada vez mais uma tarefa importante que merece a maior seriedade de análise”.
“Esta questão é tão mais importante na medida em que não se trata pura e simplesmente de escolher um curso e ingressar numa faculdade. É muito mais do que isso. É ser genuíno. É ser ele próprio. É o finalmente decidir e permitir-se investir no que é importante para si”, acrescenta.
Para o especialista, a decisão de seguir um determinado curso deve ser “muito bem pensada, muito bem preparada”, inclusive e sobretudo pela família, que “deve apoiá-lo (ao estudante) facilitando a sua tomada de decisão”.
Na decisão de escolher uma área para desenvolver carreira, aponta, o estudante deve ter em conta um lado “romântico, prazeroso”, até porque “a vida também passa pela fantasia”.
“Desejar e acreditar amar um ofício, uma área de estudos, é importante, crucial”, sublinha, deixando, contudo uma ressalva: “Não deve nem pode ser descartada a realidade“, refere, pedindo aos estudantes que comecem a pensar “com consciência e tempo”.
Hélder Leal adianta ainda que “se o jovem mantiver muitas incertezas ou tiver de escolher forçosamente porque não conseguiu a nota desejada e necessária num exame, então por vezes também deve contemplar a possibilidade acrescida de aguardar um ano, melhorar as suas notas, desenvolver as suas ideias e finalmente decidir”.
Ainda assim, no fim de contas, a decisão final de escolha do curso baseia-se “apenas numa avaliação quantitativa”, que passa pelas notas. “Por outro lado, o nosso país está integrado numa união de países em que Bolonha permite uma estandardização do ensino e, portanto, a circulação dos alunos europeus numa busca mais alargada para a realização dos seus ciclos de estudos”, acrescenta.
Assim, na sua opinião, refere, o que faz sentido “não é a abertura de cursos” no nosso país, contemplando um número mínimo de alunos, “mas a abertura de cursos com resposta às necessidades do nosso país“.
“Ao fazermos isso, apostamos na empregabilidade, na satisfação pessoal, numa sociedade com futuro. Mas, claro, fazemos frente aos interesses da máquina escolar”, lamenta, citado pela estação.