“Seremos todos apagados do mapa”: Primeira-ministra da Estónia diz que planos da NATO para os bálticos não são eficazes contra um ataque russo
Kaja Kallas acredita que a Estónia, a Letónia e a Lituânia serão completamente destruídas pelas forças de Moscovo antes de a Aliança Atlântica conseguir repelir os invasores. A chefe de governo critica os atuais planos da NATO para os três países membros que estão no flanco leste da organização.
Referindo-se a uma possível invasão pela Rússia, a Primeira-ministra estónia considera que os planos da NATO para a defesa dos bálticos são insuficientes, afirmando que um ataque russo “significaria a destruição completa dos nossos países e das nossas culturas”, escreve o ‘Financial Times’.
Kaja Kallas acredita que somente ao fim de 180 dias é que as tropas da NATO conseguiriam repelir as forças russas e aponta que a aliança está a orientar-se por uma estratégia de “perder primeiro, libertar depois”.
As críticas da líder do governo da Estónia chegam dias antes da cimeira da aliança militar agendada para os dias entre 28 e 30 de junho, um encontro que prevê a aprovação de um documento estratégico que pretende transformar a NATO e adaptá-la à atual configuração geopolítica. Durante a reunião magna, é também esperado que seja delineado um novo plano para o reforço da defesa dos três países do Báltico.
A Estónia, a Letónia e a Lituânia, todos membros da NATO, têm apelado à aliança para reforçar a presença dos militares da coligação dos 30 aliados nesses três países, com militares no terreno, apelos que e têm intensificado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no passado dia 24 de fevereiro.
Um oficial da NATO citado pelo mesmo jornal garante que o Secretário-Geral da aliança, Jens Stoltenberg, apresentará novos planos na cimeira de Madrid que têm como objetivo “reforçar a dissuasão e a defesa” de todos os aliados, nomeadamente através da adaptação da “estrutura de força da NATO, com mais forças com alto nível de prontidão”.
A Primeira-ministra pede que a NATO envie para cada um dos bálticos divisões militares com entre 20 mil e 25 mil soldados e o reforço das patrulhas aéreas sobe os três países, de forma a ser possível abater aviões inimigos.