Varíola dos macacos: OMS e ECDC dizem que eventos de verão “podem representar ambientes propícios à transmissão do vírus” e deixam recomendações
As organizações internacionais de saúde pública apresentaram esta terça-feira várias orientações que as autoridades nacionais devem aplicar para minimizar as infeções por “varíola dos macacos” em eventos de grande escala, como os concertos e os espetáculos de verão.
A filial europeia da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) sugerem que as autoridades de saúde nacionais façam um levantamento de todos os eventos de grande escala que estejam agendados para acontecer no verão. É também aconselhado que sejam criados canais de comunicação com os organizadores e outras partes interessadas para que seja possível coordenar respostas e facilitar a notificação e encaminhamento de casos de infeção.
A OMS e a ECDC dizem que o foco das autoridades de saúde pública nacionais deve ser, pelo menos para já, “os maiores eventos e/ou os eventos com participação internacional”. No último caso, as autoridades nacionais devem procurar articular-se com as autoridades internacionais, como a ECDC e a filial europeia da OMS.
Antes dos eventos, as autoridades de saúde nacionais devem disponibilizar aos organizadores e promotores materiais que permitam desenvolver campanhas de informação para os participantes, como forma de promover as melhores práticas de saúde pública e os cuidados que devem ser tidos.
Depois do evento, as autoridades de saúde devem manter a comunicação com os participantes, de forma que seja possível orientar pessoas que apresentem sintomas de “varíola dos macacos” para a testagem em unidades de saúde.
A OMS e a ECDC dizem que os organizadores e promotores dos eventos devem continuar a veicular informação sobre a “varíola dos macacos” durante, pelo menos, quatro a seis semanas após o evento.
As organizações dizem que todas as mensagens devem manter um equilíbrio entre os riscos para grupos específicos com comportamentos sexuais que envolvam múltiplos parceiros e os riscos para a população em geral, no que se pode entender como uma forma de quebrar algum estigma social que esteja associado à “varíola dos macacos” e que pode coibir algumas pessoas de admitirem que foram infetadas, aumentando o potencial de propagação da doença.
Essas comunicações devem ser feitas com recurso, por exemplo, às redes sociais e websites dos organizadores, através de textos, imagens, gráficos e outros elementos de comunicação visual.
Dessas informações devem constar os comportamentos que os participantes nos eventos devem adotar para minimizar os riscos de infeção, os sintomas da “varíola dos macacos” a que devem estar atentos e o que devem fazer caso venham a desenvolver esses sintomas. Ainda, os organizadores devem promover a utilização de preservativos e da testagem para do HIV/SIDA e assegurar que as superfícies que são frequentemente tocadas, como em casas de banho e zonas de refeição, são desinfetadas com regularidade.
Os recintos em que acontecem os eventos devem conter sinalização que transmite práticas de etiqueta respiratória e apelos à higienização frequente das mãos.
Mais especificamente para instalações de cariz sexual, como saunas, ‘darkrooms’ e ‘backdoors’, a OMS e a ECDC aconselham a disponibilização de roupa de cama e de toalhas novas para cada cliente ou então a adoção de artigos de utilização única.
A OMS e a ECDC dizem que estas orientações “permitem maximizar as oportunidades para disseminar informação fiável, conselhos e orientações práticas” e “minimizar o risco da ‘varíola dos macacos’ para a saúde pública”.