Siteware: Os desafios do digital
Questiono-me se o Digital será somente um desafio para essa chamada de “humanização das organizações” e respectiva cultura organizacional ou, se não será ele também uma oportunidade, um alerta, um despertar.
Ok…, talvez não me questione assim tanto…, talvez tenha quase a certeza, a minha certeza naturalmente.
Nos anos mais recentes presenciamos o Digitalizar das organizações a uma velocidade e complexidade muito mais acentuada, significativamente mais acentuada. Sim…, este Digitalizar poderemos entendê-lo no seu conceito da transformação ou no seu conceito da transição, sabemos que são conceitos que se aproximam, mas que também são um pouco distintos, mas agora não considero importante explorar a diferença destes conceitos para a partilha de pensamento que aqui pretendo fazer.
Lemos e escutamos sobre o quanto o Digital está a desumanizar as empresas, a destruir culturas organizacionais, a quebrar laços emocionais normalmente gerados quase exclusivamente pelo contato humano físico/ presencial.
Exemplifiquemos: Trabalho Remoto! O tema dos temas…, aquele que tanta discussão e dúvida gera, vá…, confessemos…, que tanto conflito gera também.
Começo por afirmar que, pessoalmente, quanto a este tema do “Trabalho Remoto” me sinto um privilegiado. Privilegiado porque sobre ele eu não discuto, não tenho dúvidas sobre a minha posição e não me envolvo em conflitos.
…isto porque estou consciente de que é um tema (e uma realidade) do presente e do futuro, não desejando, portanto, remar contra a maré, …isto porque tendo em conta a “minha verdade” (sinto-me sempre mais político quando recorro à expressão “minha verdade”) identifico e reconheço os prós e os contras, para as pessoas, para as famílias e para as empresas, …isto porque não promovo nem me deixo envolver em conflitos sobre o tema uma vez que é claro para mim que dar ou partilhar a minha visão e posição não implica obrigar o outro a mudar a sua.
Mas afinal qual é a minha posição? Simples: Salvo raras excepções de cariz técnico-funcional… Não gosto do conceito e prática alargada (reforço a expressão “prática alargada”) do Trabalho Remoto, não gosto enquanto consultor, não gosto enquanto empresário e não gosto enquanto colaborador.
Regressando ao ponto central… O Digital enquanto Oportunidade para a Humanização das Organizações e para a sua Transformação Cultural!
Mantenhamos o exemplo do Trabalho Remoto.
Recordo o que sempre escutamos: Ele destrói Culturas Organizacionais!
Verdade! Concordo! Mas também pergunto: Será que muitas das culturas organizacionais que o Trabalho Remoto está a “destruir” eram culturas que honestamente queríamos salvar? Quereríamos nós mantê-las ou transformá-las?
Cada caso em particular será com certeza um caso especial, mas quando olhamos à generalidade das empresas e às suas respectivas culturas organizacionais, talvez muitas destas empresas se deparassem já e até então com culturas organizacionais desajustadas face ao seu dito propósito organizacional e desalinhadas com as suas estratégias corporativas necessárias para a competitividade de mercado exigida, para a atração, desenvolvimento e retenção de talentos e para a sustentabilidade do negócio no longo prazo. Claro que sobre este desajuste e desalinhamento nem sempre existe consciência e quando esta existe, nem sempre existe a coragem para o assumir, pois uma vez assumido há que fazer qualquer coisa sobre o assunto e nem sempre temos a força, a vontade ou o patrocínio para o tentar fazer.
Quero eu com isto dizer que organizações que à partida já necessitariam de trabalhar na sua cultura organizacional renovando-a, têm (também) no Digital uma solução e um veículo para a tal Humanização e Transformação Cultural? Sim, estou convencido de que sim.
Um exemplo: A Siteware é uma tecnológica que disponibiliza ao mercado um conjunto de soluções concentradas num software denominado de Stratw´s One, sendo este um software (Saas) disponibilizado na Cloud que serve essencialmente para Digitalmente Planear a Estratégia das Organizações, os seus Objectivos Corporativos, Indicadores de Performance (Kpi), Projectos e Iniciativas Estratégicas, assim como, para Gerir de forma Integrada e Alinhada o Desempenho e os Talentos das suas Pessoas na organização, que no fundo são quem principalmente faz acontecer no que trata à importante Execução da Estratégia.
Objectivando no exemplo, nos mais de 20 anos de experiência da Siteware e particularmente nos últimos 4 anos durante os quais o Digital e a sua derivada do Trabalho Remoto tiveram e têm uma preponderância sem precedentes, aprendemos que são muitas as organizações que aproveitam a sua estratégia e planos de acção para a sua transição/ transformação digital para não só recolherem os benefícios directos e de curto prazo (como o planeamento estratégico e a gestão da performance remotamente, a maior agilidade na execução das tarefas, a concentração de informação para a tomada de decisão, os resultantes ganhos de eficiência nos processos, etc.), como utilizam também estes mesmos planos e tecnologias digitais para iniciarem um movimento interno, um movimento com impacto de médio/ longo prazo na cultura organizacional e, muitas vezes, também com impacto de curto prazo no clima organizacional.
Quero também exemplificar “estes movimentos internos”: Organizações que sempre apresentaram grandes dificuldades (essencialmente humanas) em direccionar a sua cultura organizacional para uma orientação para resultados, ou organizações que sempre encontraram barreiras na clarificação da sua estratégia corporativa, trazendo as suas pessoas a colaborarem com ela, ou mesmo organizações com históricos síndromes de comunicação em silo, em qualquer dos exemplos muitíssimas delas utilizaram o processo de implementação do Stratw´s One da Siteware enquanto seu movimento interno para a Digitalização, como veículo presencial e remoto, assuma-se… muitas vezes e em complemento à criação de valor indiscutivelmente gerada pela tecnologia, até como pretexto construtivo, para conseguirem colocar colaboradores e organização como um todo, a falarem uma linguagem comum, com acesso a uma estratégia agora clara e acessível com a qual podem e querem colaborar por melhor compreenderem o seu papel e contributo individual, sentindo-se assim parte dela, responsável por ela, onde os ganhos de comunicação interna vertical e transversal potenciam os resultados pelos quais os desempenhos e talentos são medidos e geridos de forma alinhada com a estratégia e coerente com o propósito da organização.
Sei que existem várias e diferentes definições, centremo-nos na definição da Wikipédia sobre o que é “Humanismo”. Segundo ela «Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como os principais numa escala de importância, no centro do mundo. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade.»
Pessoalmente não tenho certeza de que uma cultura organizacional quase exclusivamente focada em pessoas assegure necessariamente resultados de forma consolidada no tempo, pelo contrário, acredito com um significativo maior grau de certeza, de que uma cultura organizacional mais focada em resultados, está também ela a, moral e organizacionalmente, colocar os seus humanos, as suas pessoas, os seus colaboradores no topo da escala da importância, no centro da empresa, também ela uma grande parte do nosso mundo. Uma cultura organizacional focada em resultados, é uma cultura cuja postura é antes de mais ética e meritocrática, pois é com um remar partilhado e uma direcção comum que chegamos a bom porto, no qual através dos resultados individuais e colectivos alcançados se atribui e se conquista a dignidade do e no trabalho, se alimentam as aspirações pessoais e de carreira de forma transparente e racional, valorizando, reconhecendo e premiando as capacidades humanas, os seus talentos de hoje e o seu potencial de amanhã.
Termino com uma pergunta: Poderá então o Digital contribuir de forma fundamental para a Humanização e Transformação Cultural das Organizações?
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Transformação Digital”, publicado na edição de Novembro (n.º 200) da Executive Digest.