Se um é mau, vários ainda pior. Sabia que há mais do que um tipo de inflação?
A taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Portugal terá aumentado para 10,2% em outubro, face aos 9,28% de setembro, atingindo o máximo desde maio de 1992, avançou na semana passada o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo instituto estatístico, “tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 10,2% em outubro, taxa superior em 0,9 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior e a mais elevada desde maio de 1992”.
Já a taxa de inflação anual na zona euro também voltou a bater recorde este mês, chegando aos 10,7% em outubro após 9,9% no mês passado, segundo uma estimativa publicada também na semana passada pelo gabinete estatístico da União Europeia (UE), o Eurostat.
Dados provisórios do Eurostat revelam um novo máximo da série estatística, que já tinha sido quebrado no mês de setembro, com 9,9% de taxa de inflação anual, percentagem agora ultrapassada com 10,7% em outubro.
No Banco de Portugal, pode ler-se o conceito de inflação como uma “subida generalizada e sustentada dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias” e existem vários tipos.
Os dois principais tipos de inflação são a Deflação e a Hiperinflação. A primeira é uma inflação negativa, considerada um fenómeno raro e que se caracteriza por um excesso de oferta e uma procura insuficiente. Normalmente, está ligada a recessões ou depressões económicas. A segunda acontece quando a inflação está demasiado elevada e pode implicar riscos para a economia em questão.
Entre os dois conceitos acima mencionados, existem ainda mais três tipos de inflação. A Inflação Lenta representa um aumento dos preços de 2% a 3%, ou menos, por ano, considerada positiva para o crescimento económico porque os consumidores, como esperam que os preços continuem a subir, compram logo, o que aumenta a procura.
Na Inflação Rápida, o aumento já sobe para o intervalo de 3% a 10% ao ano, o que leva a um sobreaquecimento da economia pois os consumidores começam a comprar mais do que precisam para evitar preços mais altos dos tempos que se seguem e os custos das matérias-primas e os salários dos trabalhadores aumentam.
A última deste grupo de três é a Inflação Galopante, que representa um crescimento dos preços acima dos 10% e é uma situação em que o dinheiro perde valo rapidamente, assim como o rendimento da população.
Por fim, existe ainda a Estagflação, que é o fenómeno de estagnação da atividade económica.