Greve dos motoristas: Já há mais de 30 postos com falta de combustível

A plataforma VOST Portugal, renovou o site janaodaparaabastecer.vost.pt onde pode pesquisar, por posto de combustível, quais os que estão encerrados e, entre os que ainda não encerram, quais os combustíveis que já esgotaram. A aplicação Já tinha estado online na greve de abril, tendo ajudado muitas pessoas nessa altura a perceber onde poderiam abastecer, mas a equipa desenvolveu novas parcerias, nomeadamente com a Waze Portugal para que esta informação seja incluída nos mapas da aplicação de navegação, divulgaram as plataformas Waze e Vost.pt, nas vésperas da greve dos motoristas que deverá começar na segunda-feira.

A greve anunciada está a aumentar a afluência aos postos de abastecimento em Portugal, e esta quinta-feira (dia 8), 32 postos já apresentavam faltas em um dos três combustíveis. Dos 2913 postos nacionais, não existe gasóleo em 16 postos (0,55%) do total, e 13 postos estão sem gasolina (0,45%) e 3 postos sem GPL (0,10%), pode ver-se na plataforma da VOST.

“O que nós fizemos foi identificar todos os postos que vão funcionar com um sistema de REPA [Rede de Emergência de Postos de Abastecimento] e REPA SOS [para veículos prioritários], para o caso desta paralisação dos motoristas de mercadorias e matérias perigosas”, disse à Lusa António Antunes, da Waze.

A informação estará disponível em https://janaodaparaabastecer.vost.pt/, e também dentro da aplicação Waze. “Assim torna-se mais fácil para que os utilizadores, no seu dia-a-dia, encontrem mais facilmente os postos que estão disponíveis para fazer a venda de combustível caso a paralisação dos motoristas avance”, considerou o responsável.

O ‘site’ vai também indicar se ainda estará disponível combustível em cada posto da rede de emergência.

“Iremos depois indicar se esses postos de combustível, caso isso chegue a um extremo, têm ou não têm combustível, ou se já esgotaram o combustível. Isso é uma informação que é importante, as pessoas escusam de fazer fila ou deslocarem-se para um posto que já está fechado”, disse.

António Antunes assegura que desta forma é possível “coordenar melhor a deslocação das pessoas na cidade e quem está fora da cidade, nos outros locais do país”.

APETRO diz que “não há razão para alarme”

O Governo disse nesta quarta-feira que a venda de combustível subiu 30% na última semana e que alguns postos estão a comprar o quádruplo, indicadores que, para o executivo, demonstram que as pessoas se estão a preparar para a greve.

“A venda de combustível na última semana foi em 30% superior a uma semana comparável […]. Alguns postos estão a comprar o quádruplo do que é habitual comprarem”, assegurou o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, numa conferência de imprensa, no Ministério do Trabalho, em Lisboa.

Na terça-feira, a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) afirmou que “é verdade e é notória” uma maior afluência aos postos de abastecimento em Portugal, mas garantiu que “não há razão para alarme”, pois “não há falta” de combustível.

“Não há postos de abastecimento, que pertençam aos nossos associados, que estejam sem combustível”, garantiu, na altura, à agência Lusa João Reis, assessor para a Comunicação da Apetro, adiantando que “há sim uma maior afluência” e isso “é notório e verdade”, mas “não há razão para alarme”.

Serviços mínimos entre 50% e 100%

O Governo decretou na quarta-feira serviços mínimos entre 50% e 100% para a greve dos motoristas de mercadorias que se inicia na segunda-feira, por tempo indeterminado.

Os serviços mínimos serão de 100% para abastecimento destinado à REPA – Rede de Emergência de Postos de Abastecimento, portos, aeroportos e aeródromos que sirvam de base a serviços prioritários, bem como para abastecimento de combustíveis para instalações militares, serviços de proteção civil, bombeiros e forças de segurança.

Para abastecimento de combustíveis destinados a abastecimento dos transportes públicos foram decretados serviços mínimos de 75% e nos postos de abastecimento para clientes finais os serviços mínimos são de 50%.

Também na quarta-feira o Governo decretou, preventivamente, estado de emergência energética, no âmbito do pré-aviso de greve, permitindo a constituição da REPA, com 54 postos prioritários e 320 postos de acesso público.

A greve foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), que acusam a associação patronal Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.

 

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