Presidente do Banco Mundial diz que “bancos centrais têm de se concentrar realmente na inflação”

O Presidente do Banco Mundial, David Malpass, falou recentemente da inflação, das desigualdades globais e das preocupações atuais que preocupam.

Em entrevista ao ‘Yahoo Finance’, o responsável começou por comentar o discurso do Presidente da Reserva Federal dos EUA (Fed), Jerome Powell, onde disse que o banco central está decidido a acabar com a inflação.

“Penso que os bancos centrais têm de se concentrar realmente na inflação. Portanto, isso é bom. E não é fácil sair da inflação. Por isso, penso que é esse o contexto do discurso”, começa por dizer. Sobre o tempo que estas instituições vão demorar a acabar com a inflação, o responsável é da opinião de que “depende realmente das medidas que são tomadas noutros locais fora da Fed. Além disso, o próprio banco central dispõe de múltiplos instrumentos para lidar com a inflação. E, portanto, todas elas vão ser importantes à medida que avançarmos”.

Sobre o aumento da inflação e das taxas de juro noutros países, Malpass acha que é algo que tem de facto de ser tratado a nível global e refere a necessidade de também analisar “os preços de todo o tipo de produtos. Não são apenas as taxas de juro. São os preços da energia”.

“O gás natural é vital para toda a cadeia alimentar, porque se relaciona com os fertilizantes. Com a alimentação. E assim, a escassez de gás natural está a causar restrições graves nos países em desenvolvimento. As economias avançadas são capazes de pagar mais por dinheiro e de pagar mais por coisas como o gás natural. E isso deixa muitos dos países em vias de desenvolvimento com falta de gás natural”, conclui, em declarações ao meio de comunicação.

À pergunta sobre se os bancos centrais são capazes de lutar contra estes problemas, afirma que são um “regulador financeiro importante”, o que significa que “podem ter políticas reguladoras que ajudem as pequenas empresas, por exemplo, em vez das políticas atuais, que visam muito a venda de obrigações por grandes governos e grandes empresas”.

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