Pânico e desordem: analistas apontam cenário cada vez mais negro para o pós-Brexit
Um novo estudo indica que o Reino Undo está, neste momento, menos preparado para lidar com as consequências de uma saída da União Europeia sem acordo do que estava na Primavera. Aquisições motivadas por pânico e desordem civil são algumas das possíveis consequências apontadas por um documento oficial do Cabinet Office reportado pelo jornal The Guardian.
Faltam menos de 100 dias para o prazo estabelecido pelo governo britânico para o Brexit. A 31 de Outubro, o Reino Unido deverá sair da União Europeia com ou sem acordo estabelecido entre as duas partes. O recém-eleito primeiro-ministro Boris Johnson aprovou até um financiamento extra de 2,1 mil milhões de libras (2,29 mil milhões de euros) para assegurar que o país está preparado para uma saída sem acordo.
De acordo com o documento do Cabinet Office, os piores cenários possíveis mudaram ao longo dos últimos meses. Actualmente, incluem problemas na distribuição de medicamentos e comida, o que poderá resultar em preços mais elevados de alimentos frescos, por exemplo. Também é possível que o medo de não ter determinados produtos disponíveis na altura do Natal leve à compra exagerada e por impulso, resultando em prateleiras vazias nos supermercados.
O mesmo documento aponta para manifestações nas ruas e a necessidade de recorrer a forças policiais para controlar possíveis cenários de tensão. Os mais afectados deverão ser os grupos sociais com rendimentos mais baixos, indica ainda a análise.
O governo britânico sublinha, no entanto, que os piores cenários possíveis não são previsões. Constituem apenas uma ferramenta utilizada pelas autoridades para planear as respostas necessárias a diferentes problemas.