O sonho dos anos 90 está vivo no iced tea Arizona
As grandes latas de iced tea são a bebida preferida da moda, mas apenas porque sempre foram populares.
Por Jaya Saxena, colaboradora do Eater
Qualquer pessoa que entrasse numa bomba de combustível ou num café dos anos 90 encontrava iced tea da AriZona, com sabores como chá verde com ginseng e uma aura de bem-estar. A marca escapou ao destino aparentemente inevitável de ficar limitada a um símbolo dos anos 90 e está mais uma vez em todo o lado, dos supermercados locais às redes sociais. No Instagram, há raparigas a segurar em latas do chá verde AriZona ou miúdos com T-shirts AriZona. A AriZona não é uma tendência: é oficialmente um estado de espírito. Quando a marca, que na verdade tem a sua sede em Nova Iorque, chegou às prateleiras das bebidas em 1992, estava ali para preencher uma lacuna no mercado. Os avisos sobre os refrigerantes tinham passado para a consciência do público, e uma bebida alternativa, juntamente com a marca “New Age”, era do que os consumidores precisavam. Os proprietários da AriZona, distribuidores de bebidas desde os anos 70, decidiram criar o seu produto para competir com marcas mais conhecidas.
Segundo Wesley e Spencer Vultaggio, filhos do cofundador da AriZona, Don Vultaggio, o design das latas foi inspirado no seu lar de infância, decorado pela mãe. «A nossa mãe decorou as primeiras latas», afirmou Spencer, agora Chief Marketing Officer. Don Vultaggio e o co-fundador John Ferolito pensavam que seria um bom branding chamar ao produto AriZona por ter uma conotação mais melodiosa. A icónica lata de chá verde também teve a sua origem no lar da família, uma remistura de uma garrafa de perfume que a mãe dos Vultaggio tinha e de um dos livros de colorir de Spencer. Os designs coloridos do iced tea AriZona e as suas latas e garrafas invulgares tiveram um grande papel a estimular a marca para quarto lugar entre os iced teas mais vendidos em apenas dois anos.
Agora, a AriZona aceitou o lugar de reverência em que a colocaram no mundo do streetwear. No ano passado, abriu uma loja pop-up de 90 cêntimos no SoHo, vendendo vestuário e skates, e com tatuadores a oferecer tatuagens gratuitas. A AriZona também patrocina a sua própria equipa de skate, da qual Riley Hawk, filho de Tony Hawk, é membro.
A sua longevidade estética traduziu-se na influência culinária. «Fizemos uma cerveja chamada Queijo Ralado, outra chamada Fatia por um Dólar, outra Bagel e Schmear», afirmou Richardson.
De muitas formas, a estética da AriZona definiu o tom para as tendências do momento – cores do deserto ou choque de poderes. Os que eram bebés nos anos 90 são agora millennials ou da geração Z com dinheiro para gastar, e a nostalgia pela AriZona está bem alinhada com as cores e padrões da marca.
E a verdade é que a AriZona irá continuar a entrar no espaço do lifestyle e moda, com novos projectos.
Este artigo foi publicado na edição de Junho de 2019 da Executive Digest.