Fed deve aumentar taxas de juro em maio e junho, dizem economistas
A Reserva Federal dos EUA deve divulgar dois aumentos consecutivos das taxas de juro em maio e junho, ambos de meio ponto percentual devido ao aumento acentuado da inflação.
Quem o diz são analistas consultados que ainda acrescentam que a probabilidade de os Estados Unidos sofrerem uma recessão em 2023 é de 40%.
Segundo a última sondagem da agência de notícias, feita entre 4 e 8 de abril a mais de 100 economistas, os dois aumentos das taxas de juro em meses consecutivos de meio ponto percentual, uma movimentação que já não acontece desde 1994, vai elevar as taxas para o intervalo de 1,25%-1,50%.
85 dos 102 economistas previu um aumento de 50 pontos base em maio e, relativamente a junho, uma maioria de 56 também previu uma subida das taxas de juro de 50 pontos base.
A opinião dos analistas é de que o banco central precisa de agir rapidamente para controlar as pressões de preços, uma vez que a taxa de desemprego do país está num mínimo recorde, a inflação está ao nível mais alto de quatro décadas e os preços das commodities estão também em níveis elevados.
“Tendo em conta a mudança nos comentários dos responsáveis e as pressões inflacionistas visíveis em toda a economia, acreditamos que a Fed fará aumentos de meio ponto percentual nas taxas de juros nas reuniões de maio, junho e julho”, disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING à ‘Reuters’.
Relativamente ao final de 2022, os economistas acreditam que as taxas de juro terminem perto de 2,00%-2,25%, 50 pontos base acima da previsão média do estudo realizado no mês passado.
No entanto, depois de tanto tempo com raxas de juro reduzidos, a subida tão rápida das taxas pode trazer riscos. “Um ritmo acelerado de aumentos agressivos das taxas de juros aumenta as probabilidades de dar um passo em falso na política que poderia ser suficiente para colocar a economia numa recessão”, acrescentou Knightley à agência de notícias.