Como a saúde mental está a afectar as empresas
São já 300 milhões de pessoas a sofrerem de problemas de saúde mental, o que implica perdas de 220 mil milhões de euros para as empresas a nível mundial, avança estudo da Michael Page.
O relatório “8 Tendências para executivos 2019” sobre os actuais desafios para os líderes de negócio, da Michael Page, explica a importância em fomentar uma cultura de empatia e de compreensão nas empresas, destacando o aumento dos problemas de saúde mental dos trabalhadores, incluindo os altos cargos de direcção.
De acordo com o estudo, existem actualmente mais de 300 milhões de pessoas que sofrem de problemas de saúde mental, o que pressupõe para o sector empresarial perdas significativas, que se avaliam em 220 mil milhões de euros a nível mundial.
Estes resultados mostram a necessidade de se considerar a saúde mental como uma preocupação de negócio e se criarem ferramentas que permitam desenvolver ambientes de trabalho saudáveis, nos quais se possa tratar de forma adequada qualquer tipo de problema que possa afectar todos os trabalhadores, incluindo os que desempenham funções de direcção.
Maior a responsabilidade, maiores os níveis de depressão
Se os problemas de ansiedade, depressão e stress são frequentes entre os colaboradores nas empresas, os níveis aumentam nas funções de direcção. De acordo com o estudo “Mental Health at Work” da Business in Community, existe uma relação entre autoridade e depressão que implica um risco duas vezes maior para CEOs e altos cargos de direcção. O principal motivo é que estes profissionais costumam trabalhar mais horas, sofrem de mais pressão para dar o exemplo e dispõem de muito pouco tempo livre, o que implica colocarem muitas vezes de lado a sua própria saúde mental.
Perante esta situação, os especialistas insistem em que a solução passa por tentar que os directores falem de forma segura sobre a sua saúde mental e perceber que a depressão e o stress são problemas normais que se podem tratar.
O que se pode fazer para solucionar o problema?
Do ponto de vista pessoal, os especialistas da Michael Page propõem uma série de recomendações, tais como uma alimentação equilibrada, dormir bem, meditar e ter vida social, para poderem trabalhar de forma mais calma e concentrada.
Na perspectiva das empresas, é importante criar uma cultura empresarial aberta e de confiança, que apoie os trabalhadores, independentemente da sua função e responsabilidade. Existem várias acções fundamentais que as empresas podem realizar para motivar os seus colaboradores: reforçar a aproximação, melhorar a sua qualidade de vida no trabalho, estar disponível para ouvir para que se sintam reconhecidos e mais motivados, promover a reconciliação da vida pessoal com horários mais flexíveis, incorporar actividades lúdicas para ajudar a descontrair e a reduzir o stress, ou incluir actividades como yoga ou meditação, para ajudar a enfrentar as dificuldades com calma e serenidade.
Outras soluções passam ainda pelas empresas poderem proporcionar intercâmbios com outros países, elaborar planos de carreira à medida do colaborador ou disponibilizar formação que reduza o tempo despendido com o trabalho.
Neste sentido, apesar de haver ainda um longo caminho a percorrer, já são várias as empresas que conscientes do impacto da saúde dos seus empregados na produtividade, estão a iniciar programas para incentivar os seus profissionais a uma vida sã e equilibrada.
«Muitas empresas estão a optar por programas dedicados à meditação, ao mindfulness, além de conversas sobre a importância da vida saudável, a oferecer ajuda para eliminar hábitos não saudáveis, massagens para as dores de costas ou inclusivamente a disponibilizar psicólogos que se deslocam às empresas», concluiu Joana Barros, Senior Marketing Executive da Michael Page Portugal.