Acionistas de grandes petrolíferas como a Galp só devem contar com dividendos acima dos níveis pré-pandemia em 2025
Quatro anos. É este o tempo necessário, segundo a Bloomberg Dividend Forecasts e a Bloomberg Estimates, para que os acionistas das grandes petrolíferas ocidentais possam receber dividendos com montantes superiores aos registados em 2019.
Só este ano, o centro de estimativas da agência norte-americana prevê que os dividendos e recompras de ações da elite das sete maiores petrolíferas ocidentais fiquem 28% abaixo dos níveis de 2019.
Os elevados preços do petróleo e os orçamentos austeros de perfuração estão a combinar para aumentar o fluxo de cash-flow para as empresas, o máximo desde a Grande Recessão.
No entanto, os acionistas ainda não estão a participar deste banquete, já que os maiores exploradores de petróleo do Ocidente estão neste momento a mitigar grande parte da dívida contraída durante o ano 2020, em plena pandemia.
Mesmo a longo prazo, as grandes petrolíferas vão ter de lutar para reviver os anos de glória do final dos anos 2000, segundo os mesmos dados.
Os dividendos e recompras da nata petrolífera ocidental deverão atingir os 83,6 mil milhões de dólares em 2026, quase 50% mais acima do contabilizado este ano, mas consideravelmente abaixo dos 100 mil milhões de dólares anuais de pagamentos médios do período compreendido entre 2006 e 2008.
Em Portugal, a Galp de Andy Brown distribuiu, antecipadamente em setembro, pelos acionistas 0, 25 cêntimos por ação, segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM).
“O Conselho de Administração da Galp Energia, SGPS, S.A. aprovou, no dia 20 de agosto de 2021, o pagamento de dividendos, a título de adiantamento sobre lucros, no valor de 0,25 euros por ação”, pode ler-se no documento.
Em 2020, os dividendos por ação caíram para os 0,35 cêntimos, depois de em 2019 terem atingido os 0,70 cêntimos.