Preço do gás europeu dispara 9% com incumprimento das promessas do Kremlin
Os futuros sobre o gás holandês dispararam até 9,7% esta segunda-feira, para os 77,47 euros por megawatt/hora às 10h48 de Lisboa, depois de a ‘Gazprom’, a principal empresa fornecedora deste material na Rússia ter anunciado que não irá reforçar as vendas no mercado ‘spot’ esta semana, ainda que Putin tenha ordenado, há alguns dias, “o reforço do abastecimento de gás, para os parceiros europeus”.
No Reino Unido o preço do gás aumentou 3,6%. Na Alemanha, os futuros sobre a energia para o primeiro trimestre do próximo ano disparou até 6,9%, para os 166,50 euros por megawatt/hora, enquanto o contrato, com entrega prevista para dezembro somou até 5,8%, alcançando também 166,50 euros.
No mercado europeu de licenças, o preço do carbono aumentou 1,7% para 60,37 euros por tonelada métrica.
Em meados de outubro, o preço dos futuros sobre o gás na Europa ultrapassou novamente os 100 euros por megawatt/hora e, à medida que os operadores parecem fazer “ouvidos moucos” à promessa da Rússia de fornecer o gás necessário ao bloco, em troca de contratos duradouros.
Apesar das garantias do presidente russo, os preços dos futuros do gás no mercado holandês, referência para a Europa continuam a subir.
O presidente russo Vladimir Putin, afirmou há quase um mês que está disposto a aumentar as exportações para a Europa tanto quanto necessário para ajudar o continente a enfrentar a atual crise.
“Se nos pedirem para aumentar (as exportações) ainda mais, estamos dispostos a fazer isto”, declarou o chefe de Estado durante um fórum sobre energia em Moscovo. “Aumentaremos (as exportações) assim que os nossos parceiros nos peçam”, acrescentou.
Para Putin é “muito importante” estabilizar o mercado de gás, que enfrenta uma crise sem precedentes, sobretudo na Europa. O presidente reivindicou “um mecanismo de estabilização a longo prazo do mercado de energia, o que é muito importante face à situação atual”.
De acordo com o Presidente russo, os Estados europeus, para os quais a Rússia fornece um terço do gás que consomem, se “cometeram um erro ao delegar o poder à mão invisível que rege o mercado” , em vez de multiplicar nos últimos anos os contratos a longo prazo com Moscovo.
“Se há uma procura (adicional), esta só poderá ser atendida com novas condições contratuais”, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Energia da Rússia, Nikolai Chulguinov.
Depois de semanas de aumento do preço do gás, Putin anunciou no início de outubro que esperava um “possível aumento” do fornecimento de gás para a Europa, para ajudar a estabilizar os preços