Não está satisfeito com as condições do seu empréstimo à habitação? Eis o que deve fazer

Sabia que é possível transferir o crédito à habitação, quando não está satisfeito com as condições do seu banco?

Segundo Rui Bairrada, CEO do Doutor Finanças, “Com o final das moratórias públicas, são muitas as famílias que procuram alternativas e soluções para não sentirem um grande impacto nas suas contas mensais. Encontram-se à nossa disposição algumas opções que nos podem vir a facilitar o equilíbrio do nosso orçamento familiar. Pedir a revisão de condições do nosso crédito habitação ou novas propostas a outros bancos, encontram-se entre elas.”

Contudo, numa altura marcada pelo fim das moratórias, é possível que um pedido de revisão do crédito dite um aumento do spread. Esta situação pode ocorrer se, por exemplo, houver uma perda de rendimentos ou se a instituição considerar que o risco de entrarmos em incumprimento está a aumentar. Neste caso, é importante estarmos informados, saber em que situações o banco pode aumentar o spread e perceber quais são as opções que temos à nossa disposição.

Quando pedimos ao banco para rever as condições do nosso crédito, temos de estar preparados para que nos seja apresentada uma proposta que nos reduz o encargo mensal, mas que implique um custo total maior. Ou seja, para que consigamos reduzir a fatura mensal, é possível que o banco prolongue o prazo do contrato, por exemplo.

Por outro lado, se a instituição considerar que o risco de o cliente falhar o pagamento aumenta, é possível que apresente uma proposta com um spread mais elevado. O spread é a margem de lucro dos bancos, que reflete o nível de risco que o banco considera correr com a operação.

As novas condições propostas pelo banco podem sempre ser recusadas pelos clientes. É importante saber que não é obrigatório aceitar as novas condições que o banco propõe.

Contudo, no caso de dificuldades financeiras, o mais importante é não entrarmos em incumprimento. Se este cenário for real, o aconselhável é aceitarmos as condições propostas. Desta forma, poderemos ganhar algum tempo para encontrar outras soluções.

Entre as soluções possíveis está o pedido de propostas a outras instituições. Podemos fazê-lo sozinhos ou com a ajuda de um intermediário de crédito, como o Doutor Finanças, que reúne a informação de vários bancos e apresenta as soluções que melhor se adequam a cada situação.

De realçar que, no caso de optarmos pela transferência de crédito para outra instituição financeira pode haver custos associados. Entre os custos, está a escritura, a comissão de reembolso antecipado de crédito e outras comissões associadas ao processo. Antes de avançar, devemos confirmar todos os custos junto do novo banco para avaliar se estes compensam a poupança mensal.

Fim da moratória de crédito

São muitas as famílias que estão agora a retomar o pagamento dos seus créditos habitação, depois de um ano e meio a beneficiar de moratórias. Para as pessoas que estão com maiores dificuldades financeiras, é determinante saber quais as opções para evitar o incumprimento.

Entre as possibilidades, que devem ser avaliadas e discutidas com os bancos estão a carência e o diferimento de capital.

A carência de capital permite adiar a amortização do crédito, ficando apenas a pagar-se os juros, tal como nas moratórias. Esta é uma solução que os bancos apresentavam mesmo antes da COVID-19, para casos em que as famílias demonstravam maiores dificuldades. Esta opção está disponível para os clientes que apresentem problemas financeiros momentâneos, com perspetiva de recuperar. Pode durar entre seis a 24 meses, dependendo sempre do caso específico, dando hipótese ao cliente de recuperar a sua estabilidade financeira.

O diferimento de capital permite-nos deixar para o final do contrato uma parte do capital em dívida. Porém, como uma parte significativa do empréstimo fica para o final do contrato, o custo será mais elevado. Esta é uma opção que possibilita apenas um alívio imediato do encargo mensal.

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