“Descomplicar é grátis”: Porque é que o BCE reviu a sua estratégia?
A estabilidade de preços cria condições favoráveis para a economia crescer e para haver criação de emprego. Planeamos melhor os nossos gastos e investimentos se soubermos se os preços vão subir ou descer, daí esta matéria ser um dos principais objetivos do Banco Central Europeu (BCE).
Para cumprir este fim, o BCE recorre a instrumentos de política monetária, antes de mais define taxas de juro de referência que determinam, quais as taxas que serão aplicadas pelos bancos, por toda a Zona Euro, nos empréstimos concedidos a famílias e empresas, ou pagam pelas suas poupanças.
Assim, a instituição financeira liderada por Christine Lagarde afeta as decisões das famílias e empresas sobre como poupar, consumir ou investir, assim como o crescimento da economia e dos preços.
Se o BCE, por exemplo, decide diminuir as taxas de juro, o consumo tende a aumentar, um comportamento seguido pelo investimento direto e indireto, assim como o crescimento económico, conduzindo a um aumento nos preços.
No entanto, as alterações da economia dos últimos anos provocadas pelas alterações climáticas, crises financeiras e pandemia fizeram descer as taxas de juros para níveis historicamente baixos, por isso o BCE ficou limitado quanto à utilização deste instrumento, o que levou a instituição financeira a recorrer a outras ferramentas para garantir o investimento.
As taxas de juro desceram até ficarem ligeiramente negativas, foram criados programas de emergência de dívida pública e privada e criadas condições de financiamento aos bancos, a título especial.
Se já tinha estes instrumentos porque é que o BCE decidiu rever a sua estratégia de política monetária?
Devido às crises, globalização, alterações climáticas, ajustando a inflação nos 2% no médio prazo, quando antes estava apenas “perto de 2% no médio prazo”.
Com a nova estratégia o BCE quer ainda um canal mais transparente com os cidadão de forma a explicar o seu papel na estabilidade dos preços, na Zona Euro.