Consumidores mais confiantes e responsáveis impulsionam comércio online
A proliferação de novos mercados na esfera online é reveladora de uma mudança de comportamentos que dá a conhecer um novo tipo de consumidor: um “consumidor-actor” informado, disposto a desviar-se dos canais de distribuição clássicos para maximizar o seu poder de compra.
Se em tempos o comércio online era um apanágio dos mercados clássicos da cultura ou da electrónica de lazer, cujo crescimento teve origem em sites de distribuição pure players, hoje o e-comprador tem ao seu dispor uma maior oferta de produtos e serviços que surgiram como resposta a um consumidor mais confiante, agora habituado ao acto da compra online.
Parte do crescimento deste mercado deve-se, em grande parte, a uma tendência crescente para a troca comercial de produtos usados. A livre comercialização de produtos via Internet não só veio fomentar o consumo de produtos em segunda mão, como também vendê-los, dispensando assim intermediários, quer sejam físicos ou virtuais.
Esta nova forma de reciclagem lucrativa diz respeito a uma gama de produtos cada vez maior, embora os montantes permaneçam moderados. Por agora, são sobretudo produtos baratos, como livros ou pequenos produtos de electrónica, os mais visados mas, segundo os europeus, o fenómeno de democratização e diversificação da venda de usados está efectivamente em curso. De facto, os mercados de segunda mão permitem fazer economias ou até mesmo ganhar dinheiro e são, acima de tudo, o novo símbolo de um “consumidor-actor” informado, disposto a desviar-se dos canais de distribuição clássicos para maximizar o seu poder de compra.
Avaliando o mercado alimentar, apenas 22% dos europeus consideram concebível substituir a compra em loja pela compra online. Em contrapartida 57% dos britânicos são favoráveis a este canal alternativo.
O mesmo acontece com os produtos financeiros, para os quais 57% dos britânicos e 46% dos eslovacos estariam dispostos a substituir a sua agência bancária por um sistema Internet.
Mesmo o mobiliário, que é um produto que o consumidor estima dever ver, tocar, medir, para o imaginar na sua casa, poderia ser objecto de compra online, em detrimento das lojas, para 43% dos alemães, 48% dos britânicos e 54% dos eslovacos.
Através de uma análise conjuntural, o Observador Cetelem conclui que o crescimento do mercado online e a diversificação de produtos e serviços disponíveis nesta plataforma de comércio constitui um factor que denuncia um consumidor europeu mais optimista e disposto a consumir de forma mais racional e inteligente.