EUA querem “mão pesada” para Michael Avenatti, o advogado que tentou extorquir a Nike em milhões de euros
O outrora exaltado advogado da Califórnia, Michael Avenatti, merece ser condenado a uma pena de prisão “que seja pesada”, por ter tentado extorquir milhões de euros à Nike, pediu hoje o Ministério Público de Manhattan, nos EUA.
A recomendação surge quase duas semanas antes da decisão do juiz Paul Gardephe e sete dias depois dos advogados de Avenatti terem dito publicamente que acreditavam que, no máximo, o seu cliente ficaria “em prisão efetiva durante seis meses na cadeia, mais um ano com pulseira eletrónica em casa”.
Os peritos, chamados pelo tribunal de Manhattan, são da opinião de que o ex-advogado deve ser condenado a oito anos de prisão. Os magistrados do Ministério Público recorrem à lei penal federal e pedem uma pena agravada de, pelo menos, 11 anos.
A primeira vez que o nome de Avenatti fez manchete nos jornais norte-americanos não foi quando se sentou no banco dos réus, mas sim quando ocupou o lugar de advogado, no tribunal de Nova Iorque, em defesa de Stormy Daniels, uma atriz pornográfica que acusou Donald Trump de difamação, depois de este ter desmentido que teria tido alegadas relações sexuais com a artista. O presidente norte-americano ganhou a ação.
Mais tarde, o advogado foi acusado de ameaçar a Nike, prometendo denunciar publicamente um alegado escândalo no basquete universitário que envolvia a marca, se a empresa não pagasse 23,5 milhões de euros a si e quase mil milhões de euros ao seu cliente, o treinador da modalidade Gary Franklin.
O ex-advogado é ainda acusado na Califórnia de ter roubado milhões de euros a clientes e por, alegadamente, ter cometido crimes de fraude fiscal e bancária.
Os advogados de Avenatti pediram ao tribunal de Manhattan que não aplicasse “mão pesada a este caso”, justificando o apelo com o facto de o cliente “já ter sofrido o suficiente com uma queda vergonhosa e com uma exposição pública, que contou com a participação de Donald Trump e dos seus apoiantes, que durante três meses brincaram demasiado com esta situação”.