Bruxelas bloqueia entrada de JPMorgan, Bank of America, Barclays e outros sete bancos na emissão de dívida europeia
10 gigantes do setor bancário foram impedidos de participar na emissão de dívida europeia de 800 mil milhões de euros, que irá alimentar os planos de recuperação. Segundo o comunicado da Comissão Europeia a estas instituições, estes grandes players do mercado, como JPMorgan, Citigroup, Bank of America e Barclays, foram informados de que não podem participar neste “negócio”, por terem violado, no passado, regras europeias de concorrência, revelaram duas fontes do Edifício Europa ao ‘Financial Times’.
O Bank of America, Natixis, Nomura, NatWest e UniCredit foram impedidos de participar devido a uma decisão antitruste da Comissão, publicada no mês passado, e que condenou o facto de estas entidades terem alegadamente participado num “cartel de negociação de títulos”, durante a crise da zona do euro há uma década.
O Citigroup, JPMorgan e Barclays e NatWest foram bloqueados, depois de há dois anos Bruxelas ter constatado que estes bancos estavam envolvidos em “atos manipulação do mercado monetário entre 2007 e 2013”.
O Deutsche Bank e o Crédit Agricole também ficaram de fora deste processo, dado que em abril também foi descoberto que estas instituições financeiras estavam envolvidas também elas num “cartel de negociação de obrigações”. Nenhum dos bancos quis comentar.
A primeira emissão de dívida a 10 anos para financiar o fundo de recuperação da União Europeia (UE) deverá avançar já esta terça-feira, depois de ter sido conhecida a lista de bancos para esse efeito.
Entre os bancos contratados estão o BNP Paribas, o DZ Bank, HSBC, IMI-Intesa Sanpaolo e Morgan Stanley. O Danske Bank e o Santander também constam do memorando lançado esta segunda-feira por Bruxelas, como colíderes na emissão de dívida.
Até 2026, Bruxelas vai emitir 800 mil milhões de euros de divida pública, de forma a alimentar os planos de recuperação do bloco. Só este ano serão emitidos 80 mil milhões de euros.
Estes mecanismos financeiros serão a carteira que irá pagar o Next Generation, através do qual o bloco pode contar com 750 mil milhões de euros para combater a crise gerada pela pandemia.
Para tal, o plano vai inspirar-se no funcionamento do Programa SURE, que foi lançado o ano passado, na ordem dos 100 mil milhões de euros, e que tem sido financiado sobretudo através da emissão de títulos.