Quase 90% dos portugueses acreditam que há corrupção no Governo. 33% tem a mesma opinião sobre privados

Em Portugal, 88% das pessoas acreditam que existe corrupção dentro do próprio governo e 41% pensam que aumentou nos últimos 12 meses. No que toca ao combate à corrupção, 60% da população portuguesa diz que o governo é ineficiente e 63% defende que o governo sofre influências indevidas de pessoas com grande poder político e/ou económico, revela o Global Corruption Barometer, publicado hoje pela Transparency International.

Os deputados e os parlamentos nacionais são tidos como as instituições mais corruptas na Europa, e o mesmo se passa em Portugal, onde 27% das pessoas diz que a maioria dos deputados são corruptos ou facilitadores da corrupção.

Quanto aos membros do Governo, 16% acredita que são corruptos, e 15% refere que o primeiro-ministro está envolvido em corrupção, conforme explica o documento.

O setor privado também não é visto com bons olhos: 25% dos europeus acha que os administradores de grandes empresas estão envolvidos em corrupção e 23% diz o mesmo dos banqueiros. No nosso país, este número sobe para 33%.

Quase três em cada 10 residentes na União Europeia relataram já ter pago um suborno ou feito uso de ligações pessoais e/ou familiares para aceder a serviços públicos, o que equivale a mais de 106 milhões de pessoas no espaço europeu. Em Portugal, apenas 3% das pessoas reconheceram ter pago algum tipo de suborno, mas 48% usaram ligações pessoais e/ou familiares para aceder a serviços públicos.

Quanto aos cuidados de saúde, apesar de apenas 6% das pessoas admitir ter pago um suborno para aceder a serviços de saúde, 29% dos residentes da União Europeia dizem ter usado ligações pessoais e/ou familiares para obter cuidados médicos. Em Portugal, este número chega a quase metade (46%).

Para a Transparency International, rede mundial de ONG anticorrupção representada no nosso país pela Transparência e Integridade, Associação Cívica (TI Portugal), os resultados do inquérito são claros sobre o envolvimento da sociedade civil na luta anticorrupção: Quase dois terços (64%) dos europeus acreditam que os cidadãos podem fazer a diferença no combate à corrupção, sendo que em Itália, Portugal e Irlanda, este número ultrapassa os 80% da população.

Para Susana Coroado, Presidente da TI Portugal, “a falta de confiança na integridade das instituições e a crença de que o poder político está capturado por interesses privados é incontestável e preocupante para a democracia. Urge pois uma boa e transparente aplicação dos códigos de conduta do governo e dos deputados, bem como a regulação do lóbi que garanta eficácia e transparência”.

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