Da Apple à AstraZeneca, passando pela Coca-Cola: Estes são os 50 “tubarões” da inovação de 2021
Hoje mais do que nunca, estamos cercados por empresas que trabalham pela inovação, no entanto, fica sempre a pergunta: Quem ocupa o pódio de “saber fazer diferente” ? Para responder a esta pergunta, a Boston Consulting Group (BCG) lançou o estudo “Most Innovative Companies 2021: Overcoming the innovation readiness gap”.
Os EUA continuam a liderar o ranking das empresas mais inovadoras em 2021 com 27 das 50 maiores empresas (mais duas em relação ao ano passado), especialmente nos setores tecnológico, de software e farmacêutico. Para trás fica a Europa, representada por apenas 11 empresas (menos quatro do que em 2020), mas mantendo-se competitiva noutros setores, como o automóvel, MedTech, farmacêutico, industrial e moda.
Já a China conquistou apenas quatro posições no top 50, no entanto a BCG alerta que “é provável que este número aumente nos próximos anos, à medida que as empresas desta região se vão tornando mais competitivas nos mercados globais”.
A Apple ocupa o primeiro lugar desta tabela, seguida da Alphabet, a “empresa-mãe” da Google e da Amazon. Até ao nono lugar a lista é composta apenas por nomes da tecnologia como Microsoft, Tesla e Huawei, tendência quebrada pela farmacêutica Pfizer que ocupa a 10.ª posição. A Johnson & Johnson, AstraZeneca e Bayer são laureadas com o 20.º, 49.º e 50.º lugares, respetivamente.
Deste ranking destacam-se ainda nomes de outras grandes marcas dos segmentos de mercado mais variados como a Coca-Cola e PepsiCo (28.ª e 38.ª posições, respetivamente), Nike (24.ª) e Ikea (32.ª).
Para ser um “tubarão da inovação” não basta gostar de água, é preciso “saber nadar”
O estudo mostra um aumento de 10 pontos percentuais para 75% do número de empresas que colocam a inovação como uma das três principais prioridades – o maior aumento anual nos 15 anos do relatório. As empresas estão também a aplicar mais recursos nesta área. Em 2021, mais de 60% planeiam aumentar o investimento em inovação e, destas, um terço planeia aumentar os gastos em mais de 10%.
Contudo, o estudo demonstra que 80% das empresas estão aquém do nível de preparação necessário, segundo a referência BCG, para conseguir atingir sucesso nos seus desígnios de inovação. As empresas que se comprometem e investem significativamente nas suas prioridades têm até quatro vezes mais probabilidade de superar os seus pares em termos de receitas obtidas por novos produtos, serviços e modelos de negócio, do que aquelas que não o fazem.
“Os CEO estão a fazer mais esforços e a aumentar o investimento, reconhecendo o poder da inovação na resiliência e na competitividade da empresa. Vemos, no entanto, o risco de as suas expectativas não se concretizarem por as empresas não estarem preparadas. A boa notícia é que a maioria pode melhorar significativamente a sua preparação com algumas mudanças na estratégia, na estrutura do modelo operacional e nas capacidades organizacionais”, refere Justin Manly, managing director e partner da BCG e coautor do relatório.
Uma liderança forte pode ser uma “porta aberta” para a inovação
O estudo revela ainda que o não envolvimento da liderança executiva e a desconexão entre as equipas de desenvolvimento de produto e as equipas de angariação e gestão de clientes são dois desafios para as empresas.
O envolvimento dos executivos (C- suite) na implementação da estratégia de inovação é relevante: analisando as empresas que se destacam pelos resultados de inovação (medidos pela representação nas vendas de novos produtos e serviços), perto de 90% demonstram um envolvimento do nível C-suite, em comparação com apenas 20% nas de baixo desempenho.
É também possível registar aumentos notáveis na diversidade de género e cultural do top 50, tendo crescido 50% e 22%, respetivamente. Em relação à questão do “ovo ou galinha” – se é a diversidade que conduz a maior inovação ou se são as empresas mais inovadoras que se preocupam mais com o tema da diversidade–, há “evidências claras de que é a diversidade que impulsiona a inovação”, na medida em que as empresas registam melhorias na diversidade antes de entrarem para o ranking das 50 empresas mais inovadoras a nível mundial, segundo os dados que a BCG compilou desde 2005.