França, Alemanha, Itália e Espanha pressionam Boris Johnson para a criação do imposto global “Biden”
As quatro maiores economias da UE assinaram uma carta, onde defendem as novas medidas tributárias internacionais impulsionadas por Joe Biden, de forma a combater a fuga fiscal das multinacionais, na mesma altura em que o Reino Unido parece estar cada vez mais reticente a esta medida.
Na missiva, a que a imprensa britânica teve acesso, os ministros das finanças da França, Alemanha, Itália e Espanha disseram que um momento crítico havia sido alcançado para dar um golpe contra a evasão fiscal, enquanto governos de todo o mundo tentam reconstruir a partir da pandemia.
“Há mais de quatro anos que França, Alemanha, Itália e Espanha trabalham juntas para criar um sistema tributário internacional adequado ao século XXI, numa saga cheia de reviravoltas. Agora é hora de nos unirmos de forma a chegarmos a um acordo”, afirma o documento.
“Por isso, comprometemo-nos a definir uma posição comum sobre um novo sistema tributário internacional na reunião dos ministros das Finanças do G7 em Londres nesta sexta-feira. Estamos confiantes de que será criado o impulso necessário para chegar a um acordo global no G20 em Veneza em julho”.
Representando três dos sete ministros presentes, a carta foi assinada pelo ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, o alemão Olaf Scholz e a italiana Daniele Franco.
Embora Espanha não seja membro do G7, a ministra das Finanças, Nadia Calviño, assinou a carta, na qualidade de representante da quarta maior economia da UE e numa “demonstração de união entre as maiores superpotências do bloco”.
No G7 as negociações com o intuito de chegar a um acordo sobre este assunto parecem correr sobre rodas. Espera-se que no sábado as potências assinem uma proposta onde para além da criação de um imposto mínimo global de 15%, seja assumido um compromisso de redução das emissões de carbono e o apoio aos países desenvolvidos.
Se este pacto entre as potências mundiais avançar, os especialistas em diplomacia económica esperam que tal seja a rampa de lançamento para o consenso mais alargado no G20 e, então mais tarde, na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), como explica o Guardian.
O único opositor de peso desta medida é o Reino Unido, cuja a reticência diplomática em aprovar esta medida tem preocupado os parceiros. O ministro das finanças de Sua Majestade não fecha a porta a este acordo, mas insiste que o mesmo deve ser associado a um acordo que aumentaria mais impostos dos gigantes tecnológicos provenientes dos EUA e que operam no Reino Unido.
O plano apresentado por Washington inclui dois pilares principais: um que permite aos países tributarem parte dos lucros obtidos por 100 das maiores empresas do mundo com base em onde geram receitas, em vez da aplicação do critério do lugar onde a empresa está localizada para fins fiscais; e um segundo pilar, que impõe um imposto mínimo global de 15%, alguns países do bloco querem subir para o teto dos 25%.