EUA: Rácios abismais entre salários dos CEO e funcionários de empresas

A empresa Chipotle aumentou recentemente o salário dos seus trabalhadores, anunciando que muitos dos seus 76 mil funcionários iam passar a receber 15 dólares por hora, segundo a Bloomberg.

O aumento foi anunciado pouco tempo depois de se saber que o CEO, Brian Niccol, tinha ganhado quase três mil vezes o salário médio dos trabalhadores no ano passado. De acordo com a empresa Equilar, esta diferença encontra-se entre os 10 maiores rácios salariais das empresas do índice de ações Russell 3000.

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) passou a exigir, nos últimos quatro anos, que as empresas de capital aberto apresentem o denominado índice de remuneração do CEO, correspondente ao valor que o CEO recebe em relação ao salário anual do funcionário mediano.

Em muitas empresas, especialmente grandes empresas com milhares de trabalhadores com remunerações muito baixas, números como os referidos anteriormente são usuais, em que o CEO recebe mais de mil vezes o salário do funcionário mediano.

De acordo com dados apurados pela Equilar, existem atualmente 57 empresas que praticam este tipo de diferenças salariais no Russell 3000, uma lista encabeçada pela Auto-parts Aptiv PLC – a remuneração total do CEO Kevin P. Clark, em 2020, foi mais de cinco mil vezes a dos funcionários médios.

Foram precisos cinco anos para a SEC conseguir escrever e quase oito anos a implementar a regra, que fazia parte da legislação Dodd-Frank, que o então presidente Barack Obama assinou em julho de 2010.

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