Europa ainda não está pronta para projetos eólicos offshore. Von der Leyen tem de encontrar 6,5 mil milhões de euros para reformar os portos do bloco
O crescimento da indústria eólica offshore está a crescer a olhos vistos. Face a esta situação, a WindEurope pediu, através do relatório publicado hoje, à Comissão Europeia, para que esta elabore uma estratégia de expansão dos portos e dos cais, alertando para o facto de serem necessários 6,5 mil milhões de euros até 2030 para incrementar estas reformas.
“Não podemos expandir os parques eólicos offshore, sem também ampliar e atualizar a infraestrutura portuária da Europa”, explica o CEO da WindEurope, Giles Dickson, na introdução que abre o mesmo documento.
“À medida que os países tentam reduzir as emissões e de se afastar dos combustíveis fósseis, o vento tornou-se num recurso essencial para as energias renováveis”, acrescenta Dickson.
A Comissão Europeia já reconheceu esta realidade. No ano passado, Ursula Von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, chegou a estabelecer a meta para os Governos do bloco, “para que e a capacidade eólica offshore atinja pelo menos 60 gigawatts até 2030 e 300 GW até 2050”.
Se tal não sair do papel, Bruxelas arrisca-se a ficar atrás de outros grandes players nesta matéria como Londres que já traçou um plano para atingir os 40 GW até 2030. De acordo com o relatório da WindEurope: “Os compromissos do governo em toda a Europa somam 111 GW de capacidade eólica offshore até 2030”.
Ao que tudo indica, para além do aumento da capacidade energética, os portos do continente europeu também devem estar preparados para o crescimento físico das turbinas.
As turbinas Haliade X da GE Renewable Energy, por exemplo, vai medir 260 metros de altura, com lâminas de 107 metros de comprimento e um rotor de 220 metros. Já a Siemens Gamesa Renewable Energy prometeu trazer ao mercado a SG 14-222 DD, que conta com lâminas de 108 metros e um diâmetro de 222 metros no rotor.
Atualmente vários projetos eólicos offshore em larga escala já começaram a marchar pelo bloco. Esta quinta-feira a Equinor anunciou que iria instalar mais um parque no poro polaco de Leba. Já a Escócia vai abrigar um “hub de energia renovável” no Porto de Leith, construído pela Forth Ports, e que vai custar mais de 40 milhões de euros.