Ryanair critica ministro por “desperdiçar” dinheiro dos contribuintes na TAP

A Ryanair lamentou hoje que o Governo português esteja a “desperdiçar” o dinheiro dos contribuintes na TAP, recusando, porém, a ideia de que está em guerra com a companhia portuguesa, e pediu a abertura do aeroporto do Montijo.

O presidente do grupo Ryanair, Michael O’Leary, esteve hoje reunido, por videoconferência, com o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos.

A companhia aérea irlandesa refutou, durante a chamada, o que considera ser as “falsas” declarações por parte do governante, nomeadamente, de que a Ryanair está em guerra comercial para ocupar um maior espaço no mercado, a aplicar práticas de ‘dumping’ social, que não respeita os seus trabalhadores ou que é subsidiada por Portugal para voar para Faro, Porto e Açores.

Segundo o mesmo documento, Pedro Nuno Santos afirmou que Portugal tem direito de investir na TAP, mas O’Leary defendeu que o dinheiro dos contribuintes deveria ser aplicado em escolas, hospitais e outras infraestruturas, como o aeroporto do Montijo, em vez de numa “companhia aérea falhada e com preços elevados”.

Para a Ryanair, a TAP tem pouco valor, tendo em conta o montante pago pelo executivo pelos 45% detidos por David Neeleman.

Durante a reunião, a companhia irlandesa pediu ainda ao ministro das Infraestruturas a abertura do aeroporto do Montijo, infraestrutura que perspetiva poder criar 5.000 postos de trabalho para pilotos, tripulantes e demais colaboradores.

“O ministro Nuno Santos não tinha nada a dizer. Está mais interessado em desperdiçar o dinheiro dos contribuintes, subsidiando a TAP, mas recusa-se a investir parte desse dinheiro no Montijo, o que criaria mais vagas, visitantes e empregos bem pagos em Lisboa”, vincou.

Citado no mesmo documento, Michael O’Leary afirmou que a discussão foi “interessante, mas inútil”, notando que a companhia pretende continuar a investir em Portugal, a trazer novos visitantes e a garantir os direitos dos trabalhadores.

“Continuaremos a reconhecer os direitos dos nossos trabalhadores […], pagando aos nossos pilotos até 150.000 euros por ano e à nossa tripulação de cabine entre 30.000 euros e 40.000 euros, o que é o dobro do que o ministro paga às enfermeiras e professores em Portugal”, vincou.

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