Tratado entre Bruxelas e Suíça “morreu na praia”. Empresas exportadoras afetadas, com 227,15 mil milhões em risco
Depois de Bruxelas e Berna não terem conseguido fechar um acordo-quadro comercial que prorrogaria cerca de 100 tratados financeiros que estão prestes a caducar, as isenções de tarifas vão terminar. A primeira a expirar é a que diz respeito às empresas exportadoras da área da tecnologia em saúde, deixando um negócio avaliado em 227,15 mil milhões de euros e 3% do PIB da Suíça em risco, segundo as contas do ‘City A.M’.
Algumas empresas do setor, como a Swiss Medtech, estimam que este empecilho diplomático pode aumentar em 30% o custo final dos produtos exportados, até ao final do ano.
As próximas áreas de negócio que serão postas em causa são a eletricidade e, daqui a alguns meses, o próprio setor bancário, um alerta vermelho para um país que exporta mais para a UE “do que os EUA e a China juntos”, de acordo com os dados do mesmo jornal britânico.
A Suíça e a União Europeia não conseguiram encontrar um consenso sobre um novo acordo comercial, cujo texto está em cima da mesa das negociações há mais de dois anos, revela a Bloomberg.
“Somos obrigados a reconhecer que temos perspetivas diferentes sobre a mesma matéria”, comentou na altura o Presidente suíço, Guy Parmelin, após uma reunião em Bruxelas com Ursula von der Leyen.
No entanto, Parmelin não quis atirar para já a toalha ao chão e garantiu que os diplomatas de ambos os lados vão tentar um último esforço para encontrar um acordo, no entanto enquanto as negociações demoram, os tratados, um por um vão caducando em dominó.
A disputa prende-se com o facto de a Suíça acreditar que parte do texto final elaborado pela UE vai corroer os salários deste país, enquanto do lado da UE, Von der Leyen receia que as exigências de Parmelin choquem de frente com a diretiva sobre os direitos dos cidadãos da UE e os apoios estatais.