Grupo Bel “comprou toda a dívida” que restava da Global Media

O presidente executivo da Global Media afirmou hoje que o grupo “perdeu 230 milhões de euros em 11 anos” e que o grupo Bel, do qual é fundador e dono, “comprou toda a dívida” que restava da empresa.

Marco Galinha falava na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, no âmbito do requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) sobre a degradação laboral vivida no grupo Global Media, que detém os títulos, entre outros, Diário de Notícias (DN), Jornal de Notícias (JN) e TSF.

“Este grupo perdeu 230 milhões de euros em 11 anos” e agora “é um dos grupos mais bem preparados do país que deve praticamente zero à banca”, afirmou o empresário.

O grupo Bel “comprou toda a dívida” da Global Media, estando agora o grupo “preparado para crescer”, sendo talvez “o menos alavancado do país”, acrescentou Marco Galinha.

Em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda Jorge Costa, Marco Galinha disse admirar o trabalho que tem sido feito na comissão de inquérito dos grandes devedores.

“Mas não me queira ver sentado nesse sítio como grande devedor. Porquê? Eu ambiciono lucro para não voltar a estes prejuízos”, rematou Marco Galinha.

A Global Media, disse, “perdia 20 milhões de euros por ano e perder mais de 230 milhões de euros e levar com perdão de bancos apoiados por Fundo de Resolução é uma coisa que para mim é inadmissível”, sublinhou.

Questionado sobre se houve gestão danosa na administração anterior, Marco Galinha disse não saber.

“O que sei é que esconderam as cartas”, apontou, salientando que os administradores que conhece e os acionistas do grupo são pessoas por quem tem “um enorme respeito” e que, de facto, “perderam muito dinheiro” na Global Media.

“Eu não sei diariamente o que eles andaram a fazer, mas parece-me que aquilo era uma casa – com o devido respeito com a palavra aquilo – [em que] o método de gestão era muito difícil”, considerou.

Isto porque não havia um liderança, logo “não era possível tomar decisões e ao não tomar decisões, muitas das vezes, não se percebe quem manda, quem tem o controlo”, prosseguiu o empresário.

Neste momento, que manda “é o Conselho de Administração, posso garantir”, sublinhou, salientando que as decisões são colegiais e são todas “respeitando o jornalismo e lucro” da empresa.

“Gestão danosa ou não, de facto nós pedimos um orçamento para uma auditoria há muito pouco tempo”, admitiu Marco Galinha.

“Tenho enorme respeito por esses acionistas [da Global Media], o que vi no passado foi um desespero total para ter as contas em dia” e o “grupo não libertava dinheiro”.

Marco Galinha assumiu o cargo de presidente do Conselho de Administração da Global Media em 17 de fevereiro e de presidente da Comissão Executiva em 06 de abril último.

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