Moda digital considerada uma das indústrias mais exploradoras, à semelhança da tradicional
A moda digital tem vindo a crescer nos últimos anos. Apesar de representar uma possibilidade na qual cada vez mais designers e consumidores apostam, são várias as fragilidades partilhadas com a moda tradicional, como a discriminação e o acesso à mesma.
Não obstante as marcas vendidas online assumirem um compromisso de sustentabilidade perante os consumidores, a maioria não responde ativamente às desigualdades que começam no design e na produção dos produtos, segundo a revista Fast Company.
O mercado dos jogos é um dos setores que mais se está a render à moda digital. Recentemente, as opções de guarda-roupa do conhecido jogo Animal Crossing tiveram um grande upgrade quando a H&M criou uma coleção de roupa fabricada com materiais reciclados, em colaboração com a atriz da série “Guerra dos Tronos”, Maisie Williams.
Também a influenciadora digital Miquela, que colaborou com marcas como a Apparis e a Givenchy, tem tido um papel importante no crescimento da moda digital no Instagram desde 2016, tendo aberto espaço ao surgimento de novos influenciadores computorizados.
Não obstante os avanços tecnológicos e a sofisticação em torno da moda digital, esta é já considerada uma das indústrias mais exploradoras no que diz respeito à produção, avança a ‘Fast Company’. Os trabalhadores que fabricam as peças recebem os chamados “salários de fome”, muito baixos, quando, pelo contrário, uma parte dessas peças de roupa são vendidas a preços exorbitantes para o consumidor.
A história da moda passou por várias tentativas de democratização do sistema, apesar de nenhum desses movimentos ter sido totalmente totalmente bem-sucedido. A moda digital é agora a última tentativa e pode ser a possibilidade de transformar esta indústria, não apenas limitada à pegada ambiental, mas tornando os produtos muitos mais acessíveis.