Repsol aposta nas energias verdes e procura novo parceiro para o negócio

A Repsol vai recentrar a sua estratégia de negócio com a aposta nas energias verdes e está à procura de um parceiro para o seu negócio de energias renováveis, de forma a orientar o seu perfil para a sustentabilidade.

A empresa energética recuou, entretanto, nos seus planos de desinvestimento, com a decisão de suspender a venda de até 25% da sua filial comercial, avaliada em cerca de 10 mil milhões de euros, de acordo com o ‘Cinco Días’. Assim, a empresa afasta, por enquanto, o cenário de uma oferta pública inicial (IPO).

A Repsol apresentou o seu plano estratégico até 2025 no ano passado, onde deixava clara a adaptação do negócio petrolífero às “energias verdes”.

Como parte da estratégia, a empresa incumbiu ao Citi a procura de um parceiro financeiro para a sua recém-criada divisão comercial, que não possuía nenhum bem físico da Repsol, como bombas de gasolina, cingindo-se somente à gestão da atividade comercial desses bens, dos quais a Repsol é proprietária.

A Repsol perspetivava angariar cerca de 2.500 milhões com a venda de 25% desta empresa, o que permitiu render uma avaliação de 10 mil milhões para 100% da empresa cliente.

Os fundos Brookfield, KKR, Allianz e Macquarie apresentaram ao Citi as primeiras ofertas, bem como a cadeia supermercados Couche-Tard do Canadá, que poucas semanas antes tinha avançado também com uma oferta pelo Carrefour, o que levou ao veto do governo francês.

O apetite dos investidores esvaneceu-se nos últimos meses, dado que, entre outras razões, o valor que a Repsol esperava conseguir com a venda é superior ao que os fundos estavam dispostos a pagar. Além disso, os próprios contratos que vinculam a filial à Repsol foram uma força dissuasora, visto que o grupo é o único cliente desta empresa comercial e os contratos com a Repsol para a exploração comercial dos seus bens representam o seu único rendimento.

Os potenciais compradores pretendem, por isso, que os acordos sejam reformulados, para que não sejam tão benéficos para a Repsol e, assim, aumentem o preço da sua oferta.

Perante os factos, e dado o estado do processo, a Repsol decidiu colocar a venda em standby.

“Estamos sempre a monitorizar o mercado à procura de oportunidades inorgânicas que possam ser benéficas para os nossos acionistas. Temos tempo para avaliar a possibilidade de vender uma participação minoritária no nosso negócio centrado no cliente, mas apenas se acreditarmos que um parceiro potencial tem a capacidade de acrescentar valor ao negócio”, afirmou Josu Jon Imaz, conselheiro delegado da Repsol.

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