França fala em crescimento de volta à Europa e quer verbas da recuperação em julho

O ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, congratulou-se hoje por “o crescimento estar a voltar” à União Europeia, instando a avanços dos Estados-membros para as verbas da recuperação chegarem “o mais tardar até final de julho”.

Falando à entrada para a reunião informal dos ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo), que hoje decorre em Lisboa no âmbito da presidência portuguesa da UE, Bruno Le Maire disse aos jornalistas que, de um ponto de vista económico, as coisas estão a correr bem na Europa: o investimento está a aumentar e as previsões de crescimento estão realmente bem orientadas”.

Assim, depois da crise gerada pela pandemia de covid-19, “estou muito contente por ver que em toda a Europa o crescimento está de volta”, acrescentou o governante francês.

“Esta é uma boa notícia para todos nós, é uma boa notícia para a Europa, é uma boa notícia para todas as cidades europeias e é ainda mais importante ter agora uma rápida implementação dos planos nacionais de recuperação e que a decisão sobre os recursos próprios seja ratificada por todos os países o mais rapidamente possível, bem como a Comissão aprove formalmente todos os planos o mais rapidamente possível”, exortou Bruno Le Maire.

Em causa está o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do “Next Generation EU”, o fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020 para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia de covid-19.

Para aceder ao mecanismo, os países da UE têm de submeter a Bruxelas os seus PRR com os programas de reforma e de investimento até 2026, sendo que 18 Estados-membros (incluindo Portugal) já o fizeram, faltando nove.

Mas para que este fundo de recuperação chegue ao terreno é também necessário que cada país ratifique a decisão sobre recursos próprios, passo esse que permite à Comissão ir aos mercados angariar financiamento e que já foi dado por 22 países da UE (também incluindo Portugal), faltando cinco.

Para Bruno Le Maire, “o objetivo estratégico deveria ser o de ter os primeiros desembolsos das verbas europeias o mais tardar no final de julho”.

“E quero insistir que as pessoas estão à espera do dinheiro europeu, pelo que não deverá chegar já depois do final de julho, para que possamos voltar ao nível do PIB [Produto Interno Bruto] anterior à crise”, acrescentou o responsável.

Ainda assim, questionou se estas verbas da recuperação “serão suficientes”, notando que vai levar essa discussão ao Eurogrupo de hoje.

“Será que é suficiente? Porque mesmo que voltemos ao nível do PIB, até ao início de 2022, haverá uma perda de dois pontos do PIB, em comparação com as tendências anteriores e se queremos jogar na primeira liga ou se não queremos ser deixados para trás pela China e pelos Estados Unidos, […] há necessidade de novos investimentos, há necessidade de mais atividade”, concluiu Bruno Le Maire.

Nesta que é a primeira reunião presencial do Eurogrupo desde setembro, o ministro francês saudou ainda a presidência portuguesa da UE “pela forma como geriram” a liderança, que termina no final de junho.

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