Ford troca Brasil pela China e “tira o tapete” a 5 mil trabalhadores e quase 300 concessionários

Há século atrás, Henry Ford pisou o Brasil para fundar a  “Fordlândia”, na esperança de se tornar um barão da borracha da Amazónia. Hoje o seu legado abandona o país do carnaval e do sol, num carro alegórico de dívidas e prejuízo na ordem dos 9,5 mil milhões de euros, só na última década.

Em janeiro, a Ford Motor anunciou o encerramento das fábricas em terras de Vera Cruz, tirando o tapete a cinco mil colaboradores e a quase 300 concessionários.

A Reuters teve acesso a alguns documentos da empresa e confessa não ter boas notícias. Só em prejuízos acumulados, a Ford bateu nos 5 milhões de euros, o restante do passivo, cerca de 4,5 milhões de euros, serão gastos em indemnizações para compensar os contratos agora rasgados.

As grandes dificuldades financeiras começaram a assolar a filial brasileira da gigante automóvel nos últimos oito anos, durante os quais a empresa sofreu perdas de mais de mil milhões de euros.

“Não havia outras opções que fossem viáveis”, admite Lyle Watters, responsável pelas filiais da Ford da América do Sul,  num comunicado enviado à agência britânica de informação.

De saída para a China, Watters queixa-se de um Brasil com um “ambiente económico desfavorável, pouca procura e uma fraca capacidade industrial”.

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