Colonial Pipeline: CEO admite ter pago 3,6 milhões aos criminosos, “porque os EUA não podem parar”
O ataque informático, perpetrado por piratas informáticos contra a Colonial Pipeline, a empresa que gere o oleoduto que abastece a costa leste dos EUA com combustível, deixou todos os americanos em alarme: desde a Casa Branca, até aos proprietários de pequenas bombas de gasolina, toda a gente ficou em pânico com a subida do preço da gasolina para um teto de dois euros e meio por litro devido à escassez.
O sistema informático que geria as comportas do oleoduto não funcionava e só no final da semana a empresa conseguiu colocar um segmento de gasolina a funcionar parcialmente, e de forma manual.
O desespero dominou as reuniões da empresa, até que um dia um funcionário da Colonial Pipeline entra no gabinete de Joseph Blount, CEO da gigante americana, com um portátil e apresenta uma mensagem dos hackers: “pague 3,6 milhões de euros de resgate e forneceremos o software necessário para desbloquear os comandos paralisados pelo nosso ransomware“.
Nesse mesmo momento, a mente de Blount transformou o seu modesto escritório numa autêntica sala oval e obrigou-o a pensar como um verdadeiro Chefe de Estado. Foi aí que chegou à conclusão de que ou pagava o resgate ou os EUA iam entrar num colapso em matéria de combustível.
“Não sabíamos quanto tempo o software dos hackers iria demorar a desbloquear o oleoduto, nem sequer se ia funcionar, mas uma coisa tínhamos a certeza, não podíamos abandonar 45% da costa leste e deixar os EUA sem combustível”.
“Eu sei que esta é uma decisão controversa, de tal modo que não a tomei de ânimo leve, mas isto tinha de ser feito, pelo que dei a ordem de pagamento. Acredito que fiz a coisa certa pelo meu país”, explicou o CEO num entrevista exclusiva ao ‘Wall Street Journal’.
Blount revelou que os piratas informáticos ordenaram que o pagamento fosse feito em criptomoedas, diretriz que o responsável máximo pela Colonial Pipeline seguiu à risca. O software enviado em troca era tão pesado que só serviu para ser utilizado nas primeiras horas, passando depois essas funções para o back up da empresa.
O oleoduto norte-americano ainda “está a regressar paulatinamente à normalidade”, já os servidores do Darkside, o grupo de piratas informáticos responsável pelo ataque, foram colocados fora de serviço, segundo a empresa de segurança informática Recorded Future, citada pela imprensa internacional.