Alexandre Fonseca, Altice Portugal: As maiores mudanças na Gestão em Portugal

1. Quais os grandes desafios ao nível da Gestão, nestes últimos 15 anos?

A Executive Digest celebra o seu 15.º aniversário no ano em que o mundo continua a enfrentar o maior de todos os desafios: a protecção da saúde pública. Sendo unânime que esta é uma fase sem precedentes, em dimensão e gravidade, a História e Darwin também nos dizem que mais do que sermos fortes é preciso adaptarmo-nos e evoluir para sobreviver. Temos de reconhecer nesta crise a necessidade de mudança e na tecnologia uma oportunidade de desenvolvimento.

Nos últimos 15 anos muitas foram as transformações vividas a nível social, económico e digital. Portugal abriu-se à Europa e a competição passou a ser mundial. Numa economia global baseada na inovação e na mudança, um dos principais desafios da gestão tem sido projectar organizações mais flexíveis. As hierarquias verticais foram sendo substituídas por redes horizontais, os cargos deram lugar às skills e as equipas são intergeracionais e multidisciplinares. As parcerias com fornecedores, com universidades e centros de I&D e até com os concorrentes, são agora estratégicas. A Altice Portugal tem vindo a fazer esse caminho incontornável.

2. Que principais mudanças nas empresas, e no seu sector em particular?

As infra-estruturas são outra das vertentes nucleares da grande mudança no País e no sector das telecomunicações dos últimos anos. A par das autoestradas, as redes de fibra óptica colocaram Portugal na pole position e contribuíram para combater as assimetrias no território. Também aqui a Altice Portugal tem liderado este investimento, um investimento totalmente privado e autónomo, e é com orgulho que trabalha todos os dias para que a igualdade de acesso às comunicações, saúde e educação seja uma realidade. O Portal Sapo, agregador de notícias e conteúdos da Altice Portugal, é um claro exemplo deste contributo enquanto empresa socialmente responsável e ciente da importância da igualdade de acesso a informação pertinente, rigorosa e isenta.

A robustez do triângulo – Tecnologia, Inovação e Pessoas – tem ditado a sobrevivência das empresas. A Tecnologia tornou-se parte do modelo de negócio para que este seja competitivo. Sem tecnologia não há conexão e hoje, num cenário de distanciamento físico, mais do que nunca, temos consciência disso. A Altice Portugal sabe que tem uma responsabilidade acrescida num mundo em que as comunicações se tornaram indispensáveis. A Inovação sempre definiu quem vence nos novos desafios. A Altice Labs, quartel-general de inovação do Grupo Altice, tem provas dadas nessa área. E as Pessoas, com os conhecimentos e atitudes certos, são as que aportam valor aos mercados em mudança.

Os últimos anos ficaram marcados pela Indústria 4.0 que interligou os equipamentos. A nova era do 5G vai colocar a tecnologia ao serviço das pessoas, na latência da entrega e na densidade de dispositivos. Este é o verdadeiro propósito.

O sector sentiu, nestes últimos 15 anos, uma necessidade latente de dotar as organizações e os colaboradores de ferramentas de trabalho mais inteligentes. Esse processo de digitalização foi acontecendo paulatinamente. Hoje a velocidade desta transformação é disruptiva ao nível dos modelos de negócio, dos modelos operativos e modelos de relacionamento com o cliente. Estas transformações trarão oportunidades únicas para as empresas portuguesas se posicionarem como pioneiros na economia do futuro conquistando posições competitivas a nível internacional.

Hoje a digitalização está, também ela, na “linha da frente” empresarial. Mas a digitalização tem que ser encarada como uma aposta estratégica pelas empresas e pelo governo. É necessário que haja uma clarificação neste âmbito, suportada por um reforço da literacia tecnológica das empresas e das competências de gestão. O governo deve ter um roadmap de inovação, que defina claramente as prioridades para suporte à diferenciação das empresas. E, do lado das organizações, é necessária visão e um escrupuloso rigor na gestão empresarial.

3. Em que medida é que a Executive Digest serviu de “ferramenta” para os gestores portugueses?

Ao longo de 15 anos a Executive Digest tem acompanhado de perto estas mudanças. Tem estado, lado a lado, com o tecido empresarial e com os gestores portugueses, com informação relevante e credível. Estou certo que os próximos anos serão também de boas leituras sobre as novas estratégias, os novos métodos de trabalho, ferramentas e funcionalidades que vieram para ficar e que provam que o trabalho e a gestão estão a iniciar um novo ciclo.

Muitos parabéns a toda a equipa Executive Digest!


Este artigo faz parte do Tema de Capa publicado na Revista Executive Digest n.º 181 de Abril de 2021

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