Dívida das famílias, empresas e Estado sobe para 739,9 mil milhões em outubro

O conjunto das famílias, empresas e Estado registou um endividamento de 739,9 mil milhões de euros em outubro, um novo recorde que se deve ao aumento dos compromissos do setor público desde setembro, divulgou hoje o BdP.

“Em outubro de 2020, o endividamento do setor não financeiro situou-se em 739,9 mil milhões de euros, dos quais 337,2 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 402,7 mil milhões de euros ao setor privado”, pode ler-se na nota de informação estatística do BdP relativa ao endividamento do setor não financeiro hoje divulgada pelo Banco de Portugal (BdP).

Segundo o banco central, “relativamente a setembro de 2020, o endividamento do setor não financeiro aumentou 1,9 mil milhões de euros”, e deve-se “integralmente ao acréscimo do endividamento do setor público”.

O incremento do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no crescimento do endividamento face ao setor financeiro (1,5 mil milhões de euros) e face às próprias administrações públicas (700 milhões de euros). Estes aumentos foram parcialmente compensados pela redução do endividamento face ao exterior (200 milhões de euros), de acordo com a nota hoje divulgada pelo BdP.

Já o endividamento do setor privado “praticamente não se alterou, com a redução do endividamento das empresas face ao setor financeiro”, em 700 milhões de euros, a ser compensada pelo aumento do endividamento das empresas face ao exterior em 400 milhões de euros, e ainda pelo acréscimo do endividamento dos particulares perante o setor financeiro (200 milhões de euros).

O Banco de Portugal dá ainda conta que “a taxa de variação anual (tva) do endividamento total das empresas privadas foi de 2,1%, mais 0,1 pontos percentuais (pp) do que o verificado no mês anterior. A tva do endividamento total dos particulares aumentou 0,1 pp, para 1,0%”.

Em outra nota hoje divulgada, o BdP informa ainda que “entre janeiro e outubro de 2020, o financiamento das administrações públicas foi de 9,3 mil milhões de euros, valor que compara com -22 milhões de euros registados em igual período de 2019”.

“Desde o início do ano e até outubro de 2020, as administrações públicas financiaram-se junto de bancos residentes em 7,4 mil milhões de euros e junto do exterior em 2,5 mil milhões de euros”, refere o banco central.

Em sentido contrário, “neste período, o financiamento das administrações públicas junto de outros residentes totalizou -0,6 mil milhões de euros”.

“O financiamento através de títulos foi de 20,0 mil milhões de euros. Em compensação, verificou-se um financiamento através de empréstimos líquidos de depósitos de -10,7 mil milhões de euros”, refere o Banco de Portugal.

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