Existem em Portugal martas portadoras de covid-19. Animais estão a ser abatidos em vários países

Em Portugal existem martas portadoras do novo coronavírus, mais concretamente a mesma espécie que foi identificada na Dinamarca como tendo uma mutação que a torna mais resistente a uma eventual vacina.

O alerta foi lançado pelo biólogo e dirigente da Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade (FAPAS), Nuno Gomes Oliveira, que, em declarações ao ‘Correio da Manhã’ (CM), referiu que pelo facto de a espécie em questão viver apenas em meio selvagem, o risco de contaminação é reduzido.

A espécie invasora é conhecida em Portugal pelo nome de vison americano e tem origem no país vizinho, segundo explica o especialista. «São originárias da Galiza, precisamente fugidas de criações com fins industriais como as da Dinamarca», indica citado pelo ‘CM’.

Este tipo de martas vive perto dos rios a norte de Portugal. «Nunca foi feita uma contagem oficial, mas foram localizadas populações nas Lagoas de Bertiandos (Ponte de Lima) e Esposende. Todavia, o contacto com humanos é muito pouco provável, porque vive apenas em meio selvagem», explica Nuno Gomes Oliveira.

«Mais facilmente contagiava os predadores, como raposas ou aves de rapina», acrescenta, sublinhando que ainda assim, esta é «uma das razões para se ter muito cuidado na manipulação de animais selvagens».

Recorde-se que no inico deste mês foi avançada a notícia de que tinham sido encontradas na Dinamarca mutações do novo coronavírus relacionadas com visons (ou martas) em 214 pessoas desde junho, de acordo com um relatório atualizado pelo Instituto State Serum, que se dedica à prevenção e controlo de doenças infeciosas e ameaças biológicas.

O instituto diz que a estirpe mais preocupante do coronavírus só foi encontrada em 12 pessoas e em cinco explorações de martas até agora. Esta situação fez com que o governo dinamarquês «recomendasse» que os agricultores procedessem ao abate de todas as martas.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças afirmou que a mutação nestes animais «pode ter implicações na imunidade, reinfeções e eficácia das vacinas contra a covid-19», mas que «existe atualmente um elevado nível de incerteza sobre isto».

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