Dólar reage às eleições presidenciais com pior semana dos últimos quatro meses

O resultado das eleições nos Estados Unidos reforçou a volatilidade do dólar, a caminho de fechar a sua pior semana dos últimos quatro meses. O euro, a libra, o yuan e principalmente o iene aceleraram em relação à moeda americana.

Acusando a pressão, o resultado é a maior queda semanal do índice do dólar em quatro meses, com correção de 1,5% em relação às demais moedas do mundo.

O euro respondeu à fraqueza do dólar com uma valorização de 1,1605 dólares, que atingiu mínimos semanais na quarta-feira passada, para ultrapassar em muito, hoje, 1,18 dólares. Nos últimos seis meses, a moeda comunitária já atingiu uma valorização de 10%, apesar do impacto dos novos confinamentos na Europa e do risco de um Brexit sem acordo.

A libra esterlina consegue um avanço ainda mais contundente numa semana marcada, no Reino Unido, pelo início do confinamento e pelo estímulo acima do esperado, aprovado ontem pelo Banco da Inglaterra. A moeda britânica subiu esta semana de 1,28 para 1,31 hoje.

O iene japonês também tirou proveito de sua atratividade como um dos ativos portos-seguros por excelência nos mercados. A compra do iene empurrou o preço para uma alta de oito meses em relação ao dólar, caindo para 103 unidades por iene.

O yuan chinês fecha a semana à beira da maior subida dos últimos dois anos, em relação ao dólar. A menor pressão sobre o crescimento na China impulsionou o yuan para 6,62 por dólar.

O resultado das eleições nos Estados Unidos ainda está envolto em muitas dúvidas e os analistas mostram-se pessimistas sobre a evolução da economia americana. A ameaça de uma longa batalha judicial, conforme prometido por Donald Trump, pode bloquear as medidas de estímulo desejadas pelo mercado, e a tensão gerada durante a campanha eleitoral, e a recontagem, dificultam a assinatura de grandes acordos entre democratas e republicanos.

Os analistas da ClearBridge Investments, citados pelo ‘Expansion’, cortaram o estímulo fiscal esperado de 2,5-3 biliões de dólares num cenário de vitória democrata para apenas 0,5-1 bilião de dólares. A redução da ajuda fiscal aumenta a pressão sobre a Federal Reserve (Fed), obrigada a reforçar suas medidas monetárias, como apontou após reunião desta quinta-feira.

As empresas de investimento aguardam a confirmação final dos resultados eleitorais antes de ajustar suas projeções de crescimento nos EUA, mas as análises atuais apontam para uma possível revisão para baixo nas perspetivas de crescimento.

A recuperação também esbarra na sucessão de novos números recordes de infeções por coronavírus registados nos Estados Unidos, ao vincular duas sessões com números superiores a 100 mil casos diários.

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