Semana da Poupança: 5 Produtos de investimento para rentabilizar as poupanças
O Dia Mundial da Poupança assinala-se a 31 de outubro, e neste contexto, celebramos a “Semana da Poupança”, abordando um conjunto de temas relevantes neste capítulo.
O objetivo deste dia é consciencializar as pessoas acerca da necessidade de poupar, bem como da sua importância em resposta a dificuldades financeiras.
Com o inverno à porta, já passados os gastos avultados com as férias e a rentrée pode ser uma altura propícia para se organizarem as poupanças. E o que não falta no mercado são produtos de investimento para as rentabilizar, seja num período de tempo mais curto ou no longo prazo. A ComparaJá.pt reuniu cinco sugestões.
Ao se constituir uma poupança, adia-se o consumo no presente para se que possa usufruir desse dinheiro no futuro, seja face a um imprevisto ou mesmo relativamente a algum bem que se queira adquirir (por exemplo: uma casa, um carro…) ou ainda como forma de se manter um certo nível de vida na reforma.
Para diversas finalidades de poupança, seja qual for o motivo pelo qual se deseja poupar, existem diferentes produtos de investimento que se adequam a cada caso específico. Porém, antes de se falar em produtos de investimento financeiros, importa falar em hábitos de poupança. Fazer uma boa gestão do orçamento mensal é o primeiro aspeto (e o mais importante) a ter em conta quando se fala em poupança.
Primeiro que tudo: reduza os seus atuais encargos
Mesmo que os montantes das economias sejam baixos, criar hábitos mensais de poupança regulares é fundamental para garantir a saúde das finanças pessoais e assegurar que futuramente (por exemplo, aquando da reforma) se consegue fazer face a despesas inesperadas.
Existem várias estratégias para conseguir poupar a cada mês, como é o caso da “técnica do envelope”, que poderão ajudar as pessoas menos disciplinadas a adquirir hábitos de poupança.
Mas uma forma inteligente de poupar, sem dúvida, passa pela redução de atuais encargos.
Por exemplo:
Com a consecutiva redução das taxas de juro nos últimos meses, certamente será possível poupar no crédito à habitação. Com os bancos em grande competição no que à redução dos spreads diz respeito e com a EURIBOR em mínimos históricos, alguém que tenha contratado um empréstimo em 2012 ou 2015, por exemplo, facilmente conseguirá poupar vários milhares de euros no final do contrato com a transferência do crédito.
Por outro lado, no caso de se ter um crédito pessoal (ou vários) em curso e/ou valores acumulados no cartão de crédito, poderá fazer sentido renegociar com a instituição financeira ou até mesmo consolidar os vários empréstimos num só. A redução das mensalidades pode chegar aos 60%.
Já agora, rever também os custos com telecomunicações pode trazer poupanças significativas. Estando as operadoras sempre a lançar novas ofertas, não haverá um tarifário mais competitivo para si? Caso o período de fidelização do seu pacote TV Net Voz esteja a chegar (ou já chegou) ao fim, talvez consiga baixar o preço da sua mensalidade ou encontrar um pacote mais atrativo noutra operadora. Basta uma rápida comparação online para encaixar algumas dezenas de euros no final do ano…
No âmbito dos produtos de investimento que existem, estes podem ser divididos entre soluções de curto prazo, que são ideais para constituir um fundo de emergência ou para juntar dinheiro para comprar algo – é o caso das contas-poupança e dos depósitos a prazo – e opções de médio/longo prazo, mais vocacionadas para constituir um pé-de-meia para a reforma – como são os PPR, os Certificados de Aforro ou do Tesouro e as Obrigações do Tesouro.
Contas-poupança: não têm riscos, mas também não rendem muito
As contas-poupança são o produto de rentabilização de poupanças mais simples que existe, não tendo riscos de perda de capital (o que para as pessoas mais avessas ao risco é uma benesse indubitável).
Algumas obrigam a que seja depositado um certo montante mínimo mensalmente (que em muitos bancos é de apenas 25 euros), ao passo que outras permitem que o cliente deposite a quantia que quiser quando desejar.
As taxas de rentabilidade das contas-poupança são calculadas através da TANB (Taxa Anual Nominal Bruta), que é uma taxa fixa na qual é deduzida a retenção do IRS, acabando por se traduzir na TAEL (Taxa Anual Nominal Líquida).
O problema, hoje em dia, é que a maior parte destas contas estão a render juros abaixo de 1%, de maneira que se tornam apelativas apenas para uma poupança de curto prazo ou como fundo de emergência (por exemplo: se se abrir uma conta-poupança com 250 euros e cuja TAEL é de 0,359%, ao fim de 1 ano ficar-se-á com 250,90 euros).
Depósitos a prazo: optar pelos indexados
Os Depósitos a Prazo são produtos igualmente simples, com poucos riscos e baixa remuneração, e dividem-se em dois tipos: os simples e os indexados.
Os depósitos a prazo simples consistem na entrega de fundos a uma instituição financeira de crédito que fica obrigada a reembolsar esses fundos no final de um período pré-determinado de tempo e a pagar uma remuneração designada de juro.
A título exemplificativo, um depósito a prazo simples com um investimento de 1000 euros, TANB de 1,35% a 3 anos, teria um rendimento total líquido, no final do período de, 1.029,57 euros.
Por sua vez, nos depósitos a prazo indexados a remuneração está associada, total ou parcialmente, à evolução de outros instrumentos ou variáveis económico-financeiras, como são os casos dos preços de uma ação ou de um cabaz de ações, o valor de índices acionistas ou a cotação de taxas de câmbio. A remuneração destes só é calculada no fim do prazo, após ser conhecida a evolução das variáveis a que estão indexados, não sendo geralmente permitida a mobilização antecipada.
Os depósitos a prazo indexados têm TANB mais apelativas do que os simples, mas acabam por ter um pouco mais de risco.
PPR: o mais comum dos produtos de investimento de longo prazo
Os Planos Poupança Reforma (PPR) são produtos financeiros de médio ou longo prazo que podem contribuir para financiar um complemento de reforma e simultaneamente fazer face a situações de necessidade.
Um PPR pode ser considerado como um fundo de investimento convencional, mas com condições de movimentação mais restritivas. Este produto de investimento possui algum risco de capital, pois depende de fundos mobiliários e de pensões.
Normalmente, o prazo mínimo é de 5 anos e a rentabilidade média anual pode ir até aos 3%. Apesar de este ser um produto dedutível em sede de IRS, apresenta comissões entre 0,5% a 2%.
Certificados de Aforro ou do Tesouro
Os Certificados de Aforro ou do Tesouro são instrumentos de dívida criados com o objetivo de captar a poupança das famílias. São distribuídos a retalho, ou seja, colocados diretamente juntos dos aforradores e têm montantes mínimos de subscrição reduzidos.
Estes produtos de investimento só podem ser emitidos a favor de particulares e não são transmissíveis exceto em caso de falecimento do titular.
Os valores de subscrição mínimos são de 100 euros e geralmente os máximos rondam os 250 mil euros, sendo que as taxas de juro costumam ser revistas trimestralmente (no caso dos Certificados de Aforro) ou anualmente (nos Certificados do Tesouro).
Estas soluções estão isentas de qualquer tipo de comissões e é possível realizar mobilizações antecipadas sem penalizações.
A adesão a este produto pode ser feita em qualquer balcão CTT ou online.
Obrigações do Tesouro: o principal instrumento utilizado pelo Estado português
As obrigações do Tesouro são produtos de dívida emitidos pelo Estado cujo risco, designado por risco de crédito, está relacionado com uma eventual falência do Estado português, situação em que este deixará de pagar os créditos.
Esta solução tem também associada um risco de mercado/preço que estipula que, uma vez transacionadas em bolsa, é possível vender obrigações acima ou abaixo do preço da compra.
Geralmente possuem uma rentabilidade líquida mínima de 1,6% e detêm prazos de aplicação entre 5 a 10 anos e montantes mínimos e máximos entre 100 euros a 1 Milhão de euros.
As Obrigações do Tesouro possuem uma opção de venda antecipada sempre que estejam em alta (idêntico ao mercado de ações) e o risco de perda total do valor investido é praticamente impossível, o que são benefícios a assinalar.
Contudo, do lado das desvantagens assinala-se o facto de implicarem o pagamento de comissões, o que faz com que o lucro auferido com as mesmas acabe por diminuir.
Pequenas poupanças mensais podem fazer grandes diferenças no futuro
Relativamente a produtos de investimento, não existem soluções milagrosas no mercado (pelo menos de risco reduzido) que garantam elevados retornos. Por isso, importa, acima de tudo, fazer uma boa gestão do dinheiro a cada mês, poupando, na medida do possível, para garantir que as finanças sejam sempre “à prova de emergências” e que permitam desfrutar de uma reforma descansada.
Para além dos produtos de investimento descritos, existem ainda outros no mercado que também geram poupanças, como é o caso dos Fundos de Tesouraria, assim como soluções mais inovadoras, tais como os empréstimos P2P. No entanto, as escolhas devem ser feitas de acordo com a disponibilidade financeira e os objetivos (e perfil de risco) de cada pessoa.