Meta climática na UE perto do ‘fumo branco’? Há sinais de progresso nas conversações entre líderes
Há novos sinais de progresso no sentido de acordar uma nova meta climática na União Europeia (UE). Na cimeira desta quinta-feira, os líderes elaboraram um plano para trazer a Polónia “a bordo”, enquanto a República Checa disse que poderia considerar o novo objetivo climático sob “certas condições”.
A discussão dos líderes europeus, em Bruxelas, será das primeiras conversações sobre a atualização da meta da UE que prevê um corte de 40% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Não se espera que a esta cimeira de dois dias resulte necessariamente num acordo, pelo que a decisão deverá ser ‘empurrada’ para Dezembro, conforme indica a agência Reuters.
A Comissão Europeia afirmou que o bloco precisa de um corte de, pelo menos, 55% até 2030, contra os níveis de 1990, para atingir o objetivo de zero emissões líquidas até 2050. Todas as 27 nações, exceto a Polónia dependente do carvão, comprometeram-se a atingir esta meta climática.
A República Checa, que alberga uma indústria automóvel de utilização intensiva de energia, afirmou que um corte nacional de 55% das emissões é irrealista nesta década.
No entanto, um oficial checo disse esta quinta-feira que o país não tinha problemas com um corte deste tamanho nas emissões de gases, desde que o objetivo fosse uma média a nível da UE, em vez de um objetivo vinculativo a nível nacional.
Separadamente, 11 países da UE, entre os quais França, Estónia, Holanda e Suécia, publicaram na quarta-feira uma declaração conjunta apoiando o objetivo de “pelo menos 55%”.
Os Estados-membros da UE, que tomam decisões por unanimidade, precisam de acordar uma posição comum sobre o objetivo de 2030 e, depois, chegar a um acordo com o Parlamento Europeu, que quer um corte de 60%.
Os projetos de conclusões para a cimeira de dois dias não subscrevem uma meta climática específica para 2030, mas dizem que os líderes da UE “voltarão à questão” numa reunião em Dezembro, com o objetivo de chegar a um acordo até ao final do ano.
As conclusões, datadas de quarta-feira, oferecem algumas concessões à Polónia, que afirmou não poder concordar com qualquer nova meta climática sem uma análise mais aprofundada de como o objetivo afetaria países individualmente.