EUA/Eleições: Americanos ricos tentam proteger fortunas de uma possível vitória de Biden

Nos Estados Unidos, consultores estão a dizer às famílias americanas ricas que devem agir agora ou arriscam-se a perder milhões de dólares mais tarde, caso os democratas vençam a Casa Branca e o Senado dos EUA, em Novembro.

O antigo vice-presidente e agora candidato democrata às eleições, Joe Biden, propôs impostos substancialmente mais elevados sobre os ricos, tornando inclusivamente muito mais difícil evitar um imposto de 40% sobre as grandes propriedades.

Ao transferir fortunas para a próxima geração, os americanos mais ricos podem agora explorar as generosas regras do imposto sobre o património introduzidas pelo actual Presidente Donald Trump, indica a Bloomberg.

As alterações da lei fiscal republicana, em 2017, duplicaram o montante que as famílias ricas podem passar sem pagar o imposto – para 11,58 milhões de dólares para indivíduos e 23,16 milhões para casais – este ano.

Consultores experientes podem ‘proteger-se’ muito mais dos impostos ao utilizarem técnicas de planeamento complexas – “lacunas”, como dizem muitos democratas, que a administração Trump se recusou a proibir.

“Temos estado a dizer às pessoas: ‘Use o dinheiro ou perca-o'”, disse à Bloomberg Jere Doyle, uma estratega de planeamento imobiliário do BNY Mellon Wealth Management. “É a era dourada do planeamento de património para muitas pessoas. Podemos não voltar a ver nada parecido”, acrescentou.

Se os americanos ricos esperarem e não fizerem nada até que os resultados eleitorais sejam claros, arriscam-se a perder a sua oportunidade após uma “fiscalização democrática”, dizem ainda os consultores. É preciso tempo para criar fundos, decidir que bens dar, e avaliar negócios e bens valiosos.

Vários consultores estão, desta forma, a apelar aos americanos para transferirem riqueza para a geração seguinte, de modo a tirarem partido das generosas regras fiscais da administração Trump.

As eleições presidenciais americanas têm data marcada para dia 3 de Novembro. Mais de 10 milhões de pessoas já votaram, através de voto por correspondência ou voto antecipado, segundo uma contagem do projecto eleitoral da Universidade da Flórida.

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